Pular para o conteúdo principal

Semas capacita novos multiplicadores para o Cadastro Ambiental Rural em São Lourenço da Mata

 

"A alegria é tanta que eu não tenho nem palavras pra explicar". O agradecimento é de Manoel José da Silva, proprietário da Granja Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, em São Lourenço da Mata ao receber o recibo de inscrição do imóvel rural no Cadastro Ambiental Rural (CAR), na última sexta-feira (12/06). O  agricultor que já ouviu falar do cadastro pela televisão não sabia nem por onde começar e queria regularizar a situação da propriedade pra ajudar a preservar quase 15 hectares de Mata Atlântica que possui. "Na região tem muita queima de cana de açúcar e tem tatu, teju, capivara, cobra, e outros bichinhos que moram por ali e não tem pra onde correr, na parte da mata eles podem ficar tranquilos que não vai entrar ninguém pra mexer com eles", revela Manoel que sempre teve uma preocupação com a preservação do ao meio ambiente dizendo que os filhos o ajuda a defender da ação de caçadores na área.
O documento recebido por Manoel faz parte de uma aula prática das capacitações sobre o CAR, coordenadas pela gerência de Proteção da Mata Atlântica e da Biodiversidade da Secretaria Estadual de Meio Ambiente e Sustentabilidade (SEMAS) realiza em parceria com a Associação Municipalista de Pernambuco (AMUPE) na articulação dos municípios, e apoio de técnicos da Secretaria de Agricultura e Reforma Agrária (SARA), do Instituto de Pesquisas Agronômicas (IPA), da Agência Estadual de Meio Ambiente (CPRH) e  do Instituto de Terras e Reforma Agrária de Pernambuco (Iterpe).   
             O curso, com duração de uma semana, é o quinto de uma série de encontros que a SEMAS vai fazer durante todo o ano, e foi realizado em São Lourenço da Mata, contou com a participação de outros municípios do entorno. Quem participa aprende desde a legislação que estipula a obrigatoriedade do CAR no País, técnicas de georreferenciamento, onde os alunos marcam as coordenadas geográficas da localização no GPS e uma aula prática, com a realização de um cadastro em um imóvel rural no município que está sediando o curso, além de dois cadastros realizados por cada aluno para o recebimento de certificado.
        O coordenador do CAR em Pernambuco e Gerente de Proteção da Mata Atlântica e da Biodiversidade da SEMAS, Josemario Lucena, acredita que o curso vai ajudar aos pequenos produtores que contarão com mais técnicos capacitados para o CAR. "A sensação de missão cumprida, quando você ensina você também aprende, é um aprendizado conjunto. O que dói é a ausência dos municípios que foram convidados e não compareceram", afirmou Josemario se referindo as prefeituras que não enviaram seus representantes para tirar as dúvidas e aprender mais sobre o CAR.
        O ambientalista e assessor da secretaria de meio ambiente da prefeitura de Saloá, Geraldo Gomes da Silva, afirma que esse cadastro já deveria ser feito a muito tempo e que deveria ser mais rigoroso para que o País tenha mais benefícios ambientais. "O CAR deveria ser obrigatório desde quando surgiu o primeiro código florestal no Brasil. Ele é condicionante para se ter créditos e para outros benefícios, mais precisa ser mais rigoroso na fiscalização da recuperação das áreas como determina a lei", disse Geraldo animado por estar qualificado para fazer o cadastro.
        Para um dos instrutores e engenheiro agrônomo do serviço de meio ambiente do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), Jurandir Góes, os alunos precisam colocar em prática e aprender com os erros. "É importante contribui no processo de multiplicação de quem pode ajudar a avançar nos cadastros do Estado. É colocar a mão na massa porque são muitos detalhes e aprender mais coisas com os problemas novos que vão surgindo", disse Jurandir, que está há dois anos colaborando nas capacitações. O próximo curso da Semas será de 15 a 19 de junho, em Bom Jardim, no Centro Cultural Professora Marineide Braz, no centro da cidade, com a participação de outros seis municípios da região que foram convidados.
         CAR – O Cadastro Ambiental Rural é um registro eletrônico, obrigatório para todos os imóveis rurais, que pretende integrar as informações ambientais referentes à situação das Áreas de Preservação Permanente (APP), Áreas de Reserva legal, Florestas e remanescentes de vegetação nativa, áreas de Uso Restrito e das áreas consolidadas das propriedades rurais do País. Criado pela Lei 12.651/2012 do Sistema Nacional de Informação sobre o Meio Ambiente (SINIMA), o CAR servirá como uma base de dados para o controle, monitoramento e combate ao desmatamento das florestas e demais formas de vegetação nativa do Brasil, assim como para um planejamento ambiental dos imóveis rurais.
        A realização do CAR é pré-requisito para os donos dos imóveis conseguir alguns benefícios, entre eles: obtenção de crédito agrícola com taxas de juros menores, dedução das áreas de preservação permanente de reserva legal e de uso restrito  na base de cálculo do Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural (ITR), isenção de impostos para os principais insumos e equipamentos e suspensão de sanções em função de infrações administrativas por supressão irregular de vegetação, entre outros.
Fotos: Patrícia Correia
 

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Mapa das facções em presídios brasileiros

'Fi-lo porque qui-lo': aprenda gramática com frase histórica de Jânio Quadros

FI-LO PORQUE QUI-LO                       Vamos lembrar um pouco de história, política e gramática?                     O ex-presidente Jânio Quadros gostava de usar palavras difíceis, construções eruditas, para manter sua imagem de pessoa culta. Diz o folclore político que, ao ser indagado sobre os motivos de sua renúncia, em 1961, teria dito: "Fi-lo porque qui-lo".                     Traduzindo para uma linguagem mais acessível, mais moderna, ele quis dizer "fiz isso porque quis isso", ou, simplificando, "fiz porque quis".                     Esse "LO" nada mais é que o pronome oblíquo "O", que ga...

Vimos ou viemos à reunião?

Nós VIMOS ou VIEMOS à reunião? Muita gente tem dúvida na hora de flexionar o verbo VIR. Quer um exemplo: Como você diria: “Nós VIMOS ou nós VIEMOS à reunião?” A resposta é: depende. Sim, depende do tempo a que nos referimos. A forma VIMOS é do presente do indicativo. Por exemplo:  “VIMOS, por meio desta, solicitar..." (o verbo VIR está na 1ª pessoa do plural, no presente do indicativo); A forma VIEMOS é do pretérito, do passado. Exemplo: "Ontem nós VIEMOS à reunião." (o verbo VIR está também na 1ª pessoa do plural, mas desta vez no pretérito perfeito do indicativo). Muita gente evita usar o presente, porque a forma VIMOS é, também, o passado do verbo VER: "Nós o vimos ontem, quando saía do escritório".  Para não ter dúvidas sobre qual é o verbo que está sendo usado (o VIR ou o VER), ponha o verbo no singular. Veja: “VENHO, por meio desta, solicitar...” (essa é a 1ª pessoa do singular, em vez de VIMOS, 1ª do plural); “Eu o VI ontem, quando saía do escritório” (e...