Durante entrevista nesta terça-feira, 15, em Estocolomo, na Suécia, o pré-candidato a presidente pelo PDT, Ciro Gomes, refutou conceder um indulto ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que é mantido como preso político desde 7 de abril na Polícia Federal em Curitiba.
A ideia seria "uma loucura", disse Ciro. "Se eu prometesse indulto a Lula, eu estaria agindo contra ele, que é meu amigo há mais de 30 anos", disse o pedetista em resposta à pergunta de um brasileiro durante uma palestra. "Indulto é apenas para aqueles que já foram condenados em todas as instâncias. E Lula ainda está recorrendo da decisão que o condenou. Portanto, se eu disser que daria indulto a Lula caso for eleito, Lula poderia me mandar para a puta que pariu. Ou seja, ele teria uma reação adversa, e diria, 'Porque vai me indultar? Sou inocente'."
As declarações foram feitas um dia depois da divulgação da pesquisa CNT/MDA, que apontou a liderança de Lula na corrida presidencial com 32,4% das intenções de voto. Atrás de Lula - preso desde o dia 7 de abril em Curitiba - aparecem o deputado federal Jair Bolsonaro (PSL) com 16,7%, a ex-ministra Marina Silva (Rede) com 7,6%, Ciro Gomes com 5,4% e o ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin (PSDB), com 4%.
"Isso é um equívoco grosseiro", disse o pré-candidato. "Porque as eleições são a única saída através da qual o Brasil pode se livrar de uma agenda que nos foi imposta pelo golpe, que é uma agenda extraordinariamente amarga - anti-pobre, anti-povo e anti-interesse nacional. E a única forma que nós temos de não permitir que essa agenda seja legitimada pelo voto popular é apostar todas as fichas na eleição. De maneira que me parece um equívoco bastante perigoso insistir numa tese que não se sustenta à luz da realidade do país." (BR 247)
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