Rodoanel: PF indicia ex-secretário de Alckmin e outras 11 pessoas por acusação de desvios
Para a polícia, eles cometeram crimes como fraude em licitação, associação criminosa e falsidade ideológica.
Gustavo Schmitt – O Globo
A Polícia Federal (PF) de São Paulo indiciou Laurence CasagrandeLourenço, ex-secretário de Transportes do ex-governador Geraldo Alckmin (PSDB), por acusação de desvios estimados em até R$ 600 milhões no Rodoanel. Além de Casagrande, outras 11 pessoas foram acusadas no âmbito da Operação Pedra no Caminho, do braço paulista da Lava-Jato.
A ação foi deflagrada em 21 de junho, quando 14 pessoas foram presas por participação no esquema. Desde fevereiro do ano passado, o Tribunal de Contas da União apura indícios de irregularidades como sobrepreço e superfaturamente no trecho Norte do Rodoanel.
Para a PF, os investigados cometeram crime de fraude em licitação, associação criminosa e falsidade ideológica. Agora, os documentos serão analisados pelo Ministério Público Federal, que poderá oferecer denúncia contra os acusados, caso entenda que existem provas que comprovem as acusações.
Casagrande chegou a acumular o cargo de secretário com o de diretor-presidente da Dersa. Ele foi escolhido na gestão de Alckmin para investigar denúncias de corrupção na Dersa atribuídas a Paulo Vieira de Souza, o Paulo Preto — ex-diretor da estatal apontado como operador de propina de tucanos.
O ex-secretário ingressou na Dersa em 2011, quando a época foi criado um Departamento de Auditoria na estatal.
OUTRO LADO
Alckmin disse que apoia às investigações. "O indiciamento é ato de convencimento da autoridade policial que preside o inquérito. Esse ato ainda depende dos crivos do Ministério Público e do Judiciário. Espera-se que, respeitado o amplo direito de defesa, Justiça seja feita", disse o tucano, por meio de sua assessoria.
Em nota, o advogado Eduardo Carnelós, que representa Casagrande, afirma que seu cliente nega as acusações. A defesa reitera que os aditivos relativos ao Rodoanel assinados por Casagrande foram objeto de estudos técnicos e decididos pela Diretoria Executiva e pelo Conselho de Administração da Dersa, depois de obterem a “não objeção” do BID – Banco Interamericano de Desenvolvimento, financiador da obra.
"A decisão de indiciar o senhor Laurence Casagrande não contém nenhum fundamento, e ignora os próprios elementos dos autos do inquérito policial", informa o advogado.
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