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No limite

Igor Gielow - Folha de S.Paulo O desânimo que tomou conta dos círculos mais altos do governismo é boa régua da fragilidade do terceiro ciclo de Dilma Rousseff na Presidência, iniciado na reforma ministerial de outubro. Ainda sofrendo o choque das prisões da semana pela Lava Jato, os remanescentes na cidadela de Dilma estão sem reação, como moradores intramuros sitiados pela peste. Os termos do acordo da Andrade Gutierrez no escopo da operação, admitindo corrupção em vistosas vitrines dos anos do PT no poder, vieram como prego de caixão luxuoso. Como diz um governista graúdo, "agora é rezar em dobro". As preces até estavam funcionando. O arco narrativo da crise sugeria um respiro tático a Dilma, jogando alguns de seus problemas centrais para 2016. Não mais: os sortilégios insinuados na delação de Nestor Cerveró e numa eventual fala de Delcídio do Amaral se unem à vitória progressiva da entropia na vida real. A gravidade da situação é mensurável no terrorismo feito ...

Delcídio condenou todos os réus

Ilimar Franco – O Globo Tribunais, ministros e juízes não querem que o mundo caia sobre suas cabeças. O líder do governo no Senado, Delcídio do Amaral (PT), assinou a sentença de condenação e de prisão de todos os envolvidos no escândalo da Petrobras. As decisões de um juiz de primeira instância, Sérgio Moro, dificilmente serão revisadas por qualquer tribunal. Isso vale para o Tribunal Regional Federal, o Superior Tribunal de Justiça e o Supremo Tribunal Federal. A partir de agora o debate judicial e a busca de brechas para anular a operação Lava-Jato cai por terra. Os diálogos gravados citando nomes de ministros do STF expõe os magistrados e os coloca na desconfortável situação de quem ficará exposto se conceder uma habeas corpus ou anular alguma prova. Ainda mais quando o senador Delcídio diz que uma gama de políticos será acionada para fazer gestões a este e aquele ministro do STF. Será que o STJ, depois da presente tentativa obstrução da Justiça, terá peito de colocar em pr...

O Brasil na UTI

Aos que não estão conseguindo enxergar a crise brutal que o País atravessa na sua economia, gerada a partir de um desgoverno nunca visto na sua história recente da República, resolvi transcrever o lúcido artigo do senador José Serra, que traz números impressionantes. Se você acha, caro leitor, que 2015 fecha ruim, que se prepare: 2016, com este mar de lama e uma presidente incompetente e perdida, uma verdadeira barata tonta, vai ser muito pior. Senão, vejamos: “A economia brasileira passará o réveillon na UTI e nela permanecerá por um bom tempo. Sabemos hoje que os vaticínios pessimistas sobre 2015 foram demasiado amenos. A realidade, como se vê neste final de ano, acabou sendo bem mais adversa. O principal indicador do nível da atividade econômica, o PIB, teve uma contração em torno de 3 por cento. De ponta a ponta, ou seja, comparando este último trimestre com o mesmo período de 2014, a queda estimada é mais forte: 4,5%. Como o setor agropecuário, ao longo do ano, teve uma perf...

Petistas peitam Dilma e Lula: votam contra Cunha

Leandro Mazzini - Coluna Esplanada No jantar com a bancada do PT na casa do deputado Paulo Pimenta, na última segunda-feira, o chefe da Casa Civil do Planalto, Jaques Wagner, descobriu que não há como controlar o grupo.   Ainda havia uma tímida tentativa de convencer parte da bancada de apoiar o presidente da Câmara, Eduardo Cunha, a fim de preservar a presidente Dilma Rousseff em duas frentes – contra o impeachment dela e pela pauta positiva do Governo na Casa.   Os alvos eram os membros da corrente “Mensagem ao Partido''. Os petistas mantiveram-se unidos no discurso e peitaram Wagner, com recado ao ex-presidente Lula. Não vão ajudar o presidente da Câmara. Todos saíram do indigesto encontro com a decisão de respaldar o voto dos três deputados do PT contra Cunha no Conselho de Ética. A bancada ficou rachada com a tentativa de intervenção de Wagner e Lula, com recados sobre apoio a Cunha.  Ameaçou até divulgar carta sobre a divisão , entre os que seguir...

Instinto de sobrevivência

Bernardo Mello Franco - Folha de S.Paulo O Senado evitou um suicídio institucional ao acatar a prisão de Delcídio do Amaral. Se mandasse soltar o petista, a Casa incitaria a revolta na sociedade e compraria uma briga inglória com o Supremo Tribunal Federal. As provas contra Delcídio são incontestáveis. Ele tramou a fuga de um preso e prometeu usar sua influência para anular delações da Lava Jato. Além disso, ofereceu suborno para calar uma testemunha que deve incriminá-lo no petrolão. A tentativa de obstruir o processo foi tão clara que o ministro Teori Zavascki não hesitou em decretar sua prisão. A decisão foi referendada pela segunda turma do Supremo, que percebeu a grave ameaça à imagem e à autoridade do Judiciário. Apesar da solidez das provas, o Senado ensaiou uma operação para livrar Delcídio da cadeia. A tentativa de resgate foi liderada pelo presidente Renan Calheiros, um dos principais investigados da Lava Jato. O peemedebista traçou um plano simples: os senadores ...

Clima no Planalto: melhor já passou, pior ainda vem

O governo passou o dia seguinte à prisão de seu líder no Senado, Delcídio do Amaral (PT-MS), encolhido. Sem estratégia clara para reagir, não conseguiu mostrar que “a vida segue”, como pretendia. O Congresso tende, por inércia, a parar em quase tudo relativo à economia. O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), até aqui arrimo legislativo do Palácio do Planalto, começa a dar sinais de distanciamento. A percepção geral é de que o melhor já passou e o pior ainda está por vir. No radar do mundo político, a crise voltaria a dar o ar da graça a partir de fevereiro, mas a operação de quarta antecipou esse calendário. Antes de receber seus advogados na Polícia Federal, Delcídio dava sinais de que poderia colaborar com as investigações. Não se sabe se mudou de ideia ao ter contato com sua defesa. ((Natuza Nery - Painel Folha de S.Paulo)

Um homem que sabe muito

O ministro Teori Zavascki, que, antes mesmo de tomar conhecimento dos fatos envolvendo o senador Delcídio do Amaral, já dizia a amigos íntimos e a colegas do proprio tribunal que "o pior ainda esta por ser revelado", segue adotando o mesmo tom grave em relação à Lava Jato.   Os avisos alarmistas incluem a delação premiada de Nestor Cerveró, que Zavascki homologou há alguns dias. O ministro Zavascki, que define Cerveró como um homem que "sabe muito", é um dos poucos no país que têm pleno conhecimento do conteúdo, aparentemente explosivo, das revelações do ex-executivo. (Natuza Nery - Folha de S.Paulo) A Polícia Federal no Paraná instaurou nesta quinta (26) um inquérito para apurar quem vazou a minuta da delação premiada do ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró. Uma cópia do documento, segundo o ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal,  foi parar nas mãos do banqueiro André Esteves . Teori cita o documento no despacho que  mandou pr...

Caso Delcídio assombra parlamentares e para Brasília

Do El País – Afonso Benitez Parlamentares acusados temem ser presos e gestão Dilma vê ajuste fiscal ameaçado  A inédita prisão de um senador em exercício, o petista Delcídio do Amaral (MS), sob a acusação de atrapalhar as investigações da Operação Lava Jato, espalhou apreensão em Brasília. Enquanto parte dos 37 políticos com foro privilegiado investigados pelo esquema temem ter o mesmo destino de Delcídio, outro grupo, os que ainda são aliados de Rousseff, sem falar do próprio Planalto, preveem dias difíceis com o desenrolar imprevisível da apuração e paralisia nas votações do Congresso consideradas urgentes para o Governo. “Quem deve com certeza tem medo do que pode acontecer nos próximos dias. Esse não é o meu caso, mas sei que a cada dia o clima de suspense aumenta por aqui”, afirmou o deputado Júlio Delgado (PSB-MG), um dos deputados alvo da operação. “Aqui está um clima de cada um por si. Todos só pensam em salvar a si mesmo”, disse reservadamente outro parlamentar. ...

Vai virar um zumbi!

Num comentário que postei, ontem, neste blog, criticando o voto do senador Humberto Costa, líder do PT no Senado, favorável a soltura do senador Delcídio Amaral, seu companheiro de bancada representante do Mato Grosso do Sul e igualmente líder, desta feita do Governo, disse que ele havia dado um tiro no pé. Mas acho que foi mais além: cavou também a sua sepultura política. Sinceramente, procurei uma só razão para entender a sua postura e não encontrei. Se ele tivesse votado por uma decisão partidária, tudo bem. Mas isso não ocorreu. Momentos antes da votação em sessão aberta do Senado, o PT abandonou Delcídio com um posicionamento público do seu presidente nacional, Rui Falcão. Isso não bastaria para Humberto seguir a maioria dos senadores, mantendo Delcídio na cadeia? Não, em absoluto, ele não enxergou assim.  Então, só dá para entender que Humberto fez um pacto com o satanás. Quando alguém está sendo puxado para a cova pelo diabo perde o bom senso e, sendo assim, é jogado...

Advogado de Servero é preso no Galeão

G1 - O advogado Edson Ribeiro, um dos acusados de tentar obstruir as investigações da Operação Lava-Jato, foi preso na manhã desta sexta-feira, ao desembarcar no aeroporto do Galeão, no Rio de Janeiro. O advogado foi localizado pela polícia americana e concordou em voltar ao Brasil voluntariamente. A Polícia Federal e o Ministério Público Federal foram avisados e ficaram de prontidão para prender o advogado. Edson Ribeiro embarcou num voo da TAM em Miami e chegou ao Rio às 8h04m. Ele foi detido por agentes da PF e encaminhado para uma sala do aeroporto.O advogado teve a prisão decretada pelo ministro Teori Zavascki, relator da Lava-Jato no Supremo Tribunal Federal (STF), na terça-feira, no mesmo despacho em que foram emitidas as ordens de detenção do senador Delcício Amaral (PT-MS), do chefe de gabinete dele, Diogo Ferreira, e do banqueiro André Esteves, dono do BTG Pactual. Antes de ter a prisão decretada, Ribeiro já estava nos Estados Unidos.