Folha de S. Paulo - Coluna Painel
Por Daniela Lima
O grupo mais próximo a Michel Temer avisa que é um erro analisar a intervenção federal no Rio como simples rota de fuga de uma derrota da nova Previdência ou aposta eleitoral. Ao anunciar a iniciativa, o presidente optou por uma cartada que resgataria de imediato a força institucional de seu cargo, seu pragmatismo, e ainda testaria os limites da ingerência da Justiça no governo. Foi avisado dos riscos. Até sobre a chance de o crime organizado revidar lançando caos em outros Estados.
O ministro da Defesa, Raul Jungmann, ponderou que o texto do decreto deveria ser duro o suficiente para desestimular pedidos de outros governadores por ação semelhante.
Há forte divisão sobre o tema nos bastidores do Supremo. Um grupo vê a iniciativa como necessária e outro a enxerga como eminentemente política.
A ala do STF refratária à ação ressalta que ela é extremada, inédita e que já coleciona falhas formais –como a falta de consulta ao Conselho da República.
Para constar A ministra Cármen Lúcia, presidente da corte, recebeu um telefonema protocolar de Temer, no qual ele informava o que faria e já adiantava que iria ao Rio para reunião com a cúpula do Tribunal de Justiça e do MP. (Painel - Folha de S.Paulo)
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