O impacto do extenso laudo da perícia da PF sobre os sistemas que registravam pagamentos de propina da Odebrecht não é assunto que se encerre cedo. As constatações de que arquivos foram deletados e de que investigadores identificaram omissões serão exploradas pelas defesas de dezenas de acusados de embolsar dinheiro sujo. O fato de a empreiteira ter apagado informações também pode alimentar a guerra particular travada entre Marcelo Odebrecht e seu cunhado, Maurício Ferro.
Vice-presidente jurídico da Odebrecht, Ferro tornou-se alvo da ira do herdeiro da empresa. Como a Folha mostrou em fevereiro, Marcelo insinuou em um depoimento sigiloso que o cunhado ajudou a empreiteira a destruir provas.
Representantes da Odebrecht minimizaram os aspectos negativos da perícia. Deram-se por satisfeitos com a versão de que, no processo em tela –sobre a compra de um terreno para o instituto Lula– o exame teria comprovado a idoneidade das provas.
A empresa não ignora os flancos que podem ser abertos contra ela a partir da perícia. Seus representantes, porém, já ensaiam uma vacina: quando houve destruição de dados, em 2015, a Odebrecht ainda não sonhava em colaborar –ao contrário, estava em guerra com a Lava Jato. (Painel – Folha de S.Paulo)
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