Na iminência de receber uma denúncia da ProcuradoriaGeral da República (PGR) contra o presidente Michel Temer, a maioria dos membros da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara omite posicionamento diante de um pedido de abertura de uma ação penal no Supremo Tribunal Federal (STF).
Dos 67 integrantes, 30 não declararam voto. Entre os oposicionistas, 16 disseram que votarão a favor da denúncia da PGR. Apenas três governistas informaram antecipadamente que votarão contra. Dezoito não foram localizados.
Em enquete feita pelo jornal O Estado de S. Paulo, o discurso oficial dos governistas foi de que é preciso aguardar a denúncia ser confirmada. "Não vou me manifestar agora, não conheço o teor da denúncia", disse Carlos Bezerra (PMDB-MT). "Sem saber como vem, é difícil saber", afirmou o líder da bancada do PP, Arthur Lira (AL).
Em meio ao cerco do governo para monitorar o comportamento da base governista na CCJ, os titulares sabem que, ao expor os votos com antecedência, podem ser substituídos na comissão. Sob reserva, alguns parlamentares admitem que querem evitar a pressão do governo e da sociedade. Outros alegam que a omissão do voto pode abrir uma frente de negociações com o governo por cargos na administração federal.
A maioria dos que evitaram responder à enquete integra partidos da base, como PP, PR, PTB, DEM, PRB e até mesmo o PMDB de Temer.
Dos favoráveis à denúncia, alguns integram a base aliada, como os tucanos Rocha (AC) e Fábio Souza (GO), e o deputado Major Olímpio (SDSP). "Bandido não tem partido, não tem ideologia. Bandido é bandido", disse Olímpio.
Condenado pela Primeira Turma do Supremo por lavagem de dinheiro, o deputado Paulo Maluf (PPSP) anunciou que votará contra. "Eu voto contra qualquer medida que impeça o governo Temer de trabalhar", disse.
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