Colômbia
Empresa já havia admitido pagamentos ilícitos de US$ 11 milhões a autoridades dos EUA
Do Globo por AFP
A Odebrecht pagou mais de US$ 27,7 milhões em propinaS na Colômbia segundo informou, nesta terça-feira, o Ministério Público colombiano, que pediu autorização para investigar quatro senadores daquele país. O valor inclui os US$ 11,1 milhões que havia sidorevelado em dezembro pelo Departamento de Justiça dos Estados Unidos, quando a construtora e a Braskem, seu braço no setor petroquímico, firmaram acordo de leniência com autoridades americanas, brasileiras e suíças.
Em entrevista nesta terça, o procurador-geral, Nestor Martinez, disse que a empresa pagou mais de 84 milhões de pesos (cerca de US$ 27 milhões) em propinas para garantir contratos de obras públicas na Colômbia. Segundo Martinez, as evidências coletadas pela investigação permitem concluir que a Odebrecht pagou, por meio de suas filiais na Colômbia, 34.653 milhões de pesos (cerca de US$ 11,4 milhões) entre 2014 e 2015 para garantir um aditivo a um contrato no setor dois da Ruta del Sol, uma obra viária no norte do país.
"Uma vez recebido o dinheiro, estas empresas distribuíram parte dele por meio de outros subcontratos ou transações posteriores, as quais tinha o objetivo de realizar pagamentos ilícitos a funcionários públicos", disse Martinez.
O procurador pediu autorização à Corte Suprema de Justiça, foro responsável pelos processos que envolvem parlamentares, para investigar os senadores Bernardo Miguel Elias, Musa Besaile e Plinio Olano, do Partido de la U, e Antonio Gerra de la Espriella, do partido Cambio Radical, apontados como "supostos beneficiários desses pagamentos".
Ele também incluiu o parlamentar Ciro Rodriguez, investigado por suposto crime de tráfico de influência, e anunciou a imputação de outras seis pessoas, sendo três do Brasil e de Portugal, por participarem do esquema.
O procurador destacou ainda que a investigação "avança na identificação" de destinatários de supostos pagamentos de 18,5 milhões de pesos (cerca de US$ 6,1 milhões) em 2009 e de 9,4 milhões de pesos (cerca de US$ 3,1 milhões) em 2014.
A Odebrecht admitiu para as autoridades dos Estados Unidos o pagamento de US$ 11,1 milhões de dólares em propina na Colômbia. Deste montante, US$ 4,6 milhões estão relacionados à obra da Ruta del Sol, um trajeto viário de mais de 500 quilômetros que une o centro da Colômbia ao Caribe e cuja execução teve início no mandato do presidente Álvaro Uribe (2002-2010) e foi expandida no governo de Juan Manuel Santos, a partir de 2010.
Os outros US$ 6,5 milhões foram pagos em 2014 para um aditivo no trecho Ocaña-Gamarra. O ex-vice-ministro de Transportes Gabriel Garcia e o ex-senador Otto Bula foram presos por causa destes pagamentos.
As autoridades eleitorais da Colômbia também investigam as campanhas presidencias de Juan Manuel Santos e Óscar Iván Zuluaga, seu rival nas eleições de 2014.
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