A decisão da executiva estadual do PT, de disputar em faixa própria o Governo do Estado nas eleições do próximo ano, já era esperada. E a candidata é a vereadora Marília Arraes, líder da oposição na Câmara do Recife, que não tem nada a perder. No caso de não ser bem sucedida, passará a ser um quadro para o futuro e renovará, dois anos depois, seu mandato na capital.
Ao final do encontro de ontem, para não antecipar o lançamento de Marília, a direção do partido citou, além da vereadora, o nome do ex-prefeito do Recife, João Paulo, como alternativa, mas ele está fora de qualquer projeto majoritário. Tentará um mandato na Câmara dos Deputados, assim como o senador Humberto Costa, sem chances de emplacar a reeleição.
O PT resolveu antecipar que terá candidatura própria 20 dias após Humberto apresentar Marília ao ex-presidente Lula. Por que o PT vai de Marília? Fato novo, cara nova, tem projeção no Grande Recife, sobrenome Arraes, dissidente do PSB, de onde migrou, e, principalmente, por ser mulher.
Será a primeira mulher candidata a governadora do Estado. O PT aposta no fenômeno e na popularidade do ex-presidente Lula para viabilizar a eleição de Marília. Quanto aos argumentos de que o senador Armando Monteiro, pré-candidato do PTB a governador, havia sido descartado para uma aliança por ter votado a favor da reforma trabalhista, isso é balela.
O próprio Armando em momento algum acenou para repetir a aliança com o PT, como fez em 2014. Perdedor com os petistas também na eleição para prefeito do Recife, apoiando João Paulo, Armando quer, na realidade, montar uma nova coligação, longe do PT, para tentar tirar o PSB hegemônico do poder.
Para isso, abriu conversações com dissidentes do PSB, liderados pelo senador Fernando Bezerra Coelho, o DEM e o PSDB, partidos cujos interlocutores são o ministro da Educação, Mendonça Filho, e o ministro de Cidades, Bruno Araújo. Armando também inclui Jarbas Vasconcelos, principal líder do PMDB, com quem já conversou sobre 2018 por diversas vezes. Sua intenção é esta. Se vai conseguir, são outros quinhentos.
ALIANÇA PETISTA– A estratégia do PT é montar uma coligação com o PDT e o PCdoB, oferecendo a ambos os partidos as duas vagas que estarão em disputa para o Senado. No PDT, o nome natural é o ex-prefeito de Caruaru, José Queiroz, que já disputou o Senado em 90, perdendo para Marco Maciel. Já o PCdoB tem apenas dois quadros: a deputada Luciana Santos, presidente nacional da legenda, e o ex-prefeito de Olinda, Renildo Calheiros. Resta saber como se comportaria o vice-prefeito do Recife, Luciano Siqueira, que selou uma aliança com o PSB.
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