Carlos Brickmann
Dentro de poucos dias, 2 de agosto, a Câmara decide se dá autorização para que o Supremo investigue a denúncia apresentada pelo procurador Rodrigo Janot contra o presidente Michel Temer. Temer deve ganhar de lavada: fez o que podia e o que não podia para garantir que entre 250 e 300 parlamentares o livrem da chateação. Miro Teixeira, político experiente, a favor da investigação, jogou a toalha: não há condições de ganhar a parada.
Quanto à lenda de que quem votar por Temer perderá votos, continua sendo uma lenda. Temer tem só 5% de aprovação – o menor índice desde o tempo da TV a lenha. O deputado Bonifácio Andrada, velho conhecedor do jogo, diz que basta uma discreta melhora na economia para absolver quem apoiar um presidente tão mal avaliado.
A leve melhora até que está acontecendo: a taxa básica de juros caiu um ponto e deve diminuir de ponto em ponto a cada reunião do Conselho de Política Monetária, a inflação continua abaixo da previsão, há uma levíssima redução no desemprego. Mas os juros do cartão de crédito continuam perto de 500% ao ano. Bonifácio Andrada diz que o eleitor é fraco de memória e, diante de uma pequena melhora, esquece o que está errado.
Mas cadê a pequena melhora?
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