Iramar Garcez - Blog Os Divergentes
Rotina forense I. Há realidades com as quais nos acostumamos com desconforto. É o caso das já rotineiras revelações de larápios que infestam as siglas partidárias dominantes – PT, PSDB, PMDB à frente. Outras, no entanto, vão se tornando rotineiras e não mais chamam a atenção.
Rotina forense II. O comando do Poder Judiciário, por exemplo. Neste mês de julho, todos os brasileiros estão sujeitos às interpretações e aos humores (tais como seus pares) de duas mulheres. Cármem Lúcia e Laurita Vaz, presidentes do STF e do STJ, respectivamente, decidem todas as apelações que chegam às cortes máximas do Judiciário brasiliano. Diferente daquela, eis uma saudável rotina.
Viés sinistro I. Há dois aspectos relevantes – um deles, subjacente – no apoio que PT e PCdoB empenharam ao governo de Nicolás Maduro, presidente da Venezuela, durante o 23º Encontro do Foro de São Paulo, na Nicarágua. A estratégia política da união das esquerdas e seu latente viés autoritário.
Viés sinistro II. Para combater a tirania do “capitalismo opressor”, lideranças da sinistra apoiam a… tirania do “socialismo opressor”. Diante de um adversário que consideram “inimigo dos trabalhadores” (no caso, boa parte dos países democráticos) qualquer aliado é bem-vindo – mesmo um tirano sem qualificação que já provocou a morte de 100 conterrâneos desde abril deste ano e encarcera aos que a ele se opõe. Trata-se de união a qualquer custo.
Viés sinistro III. Menos evidente nos 13 anos em que o PT comandou o Brasil, o autoritarismo que permeia a sinistra desde sempre (URSS, China, Cuba, Khmer Vermelho, Leste Europeu) aflorou com vigor e sem meias palavras após a queda da presidente Dilma Rousseff. A fúria reativa serve também como diversionismo às revelações de que a sigla, ao contrário do que acreditaram milhões de brasileiros, não era composta majoritariamente de militantes por princípio e sim por políticos sem princípios. Para evitar falar dos desvios companheiros, adota-se o estardalhaço como cortina de fumaça.
Viés sinistro IV. Fincado na crença de que apenas os camaradas sabem os caminhos da “libertação da classe trabalhadora do jugo capitalista”, o recurso ao autoritarismo é encarado como método político. Mesmo que às custas da miséria do povo venezuelano.
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