Folha de S.Paulo – Marina Dias, Ranier Bragon e Daniel Carvalho
Com uma planilha de apoiadores cerca de 20 votos mais magra do que na análise da primeira denúncia, em agosto, o governo Michel Temer decidiu priorizar nas últimas 48 horas conversas com um grupo de 40 parlamentares para tentar evitar um resultado politicamente negativo na sessão desta quarta-feira (25).
Nesta quarta a Câmara analisa a segunda denúncia da PGR, que acusa o presidente e dois de seus ministros, Moreira Franco (Secretaria-Geral) e Eliseu Padilha (Casa Civil), de integrarem uma organização criminosa que desviou mais de R$ 500 milhões dos cofres públicos.
Temer é acusado ainda de obstrução da Justiça. Para que o Supremo Tribunal Federal seja autorizado a apreciar o caso, é preciso o apoio de pelo menos 342 dos 513 deputados.
Governistas dizem ter certo, nesse momento, 240 votos. O foco é conter a debandada de um grupo de aproximadamente 40 parlamentares que têm demonstrado insatisfação e cobrado benesses do Palácio do Planalto. PMDB, PR e PSD, que haviam fechado questão na primeira denúncia —ou seja, obrigado as bancadas a votar contra a denúncia, sob risco de punição—, não farão o mesmo agora.
Embora bem acima do apoio mínimo que Temer necessita (171), um resultado menor do que na análise da primeira denúncia seria um péssimo sinal para os 14 meses que lhe restam de mandato, ocasião em que pretende aprovar medidas que necessitam do aval de pelo menos 60% do Congresso, como a reforma da Previdência.
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