Folha de S.Paulo
O Cremesp (Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo) abriu sindicância para apurar o vazamento de imagens de exames da ex-primeira-dama Marisa Letícia. A mulher do ex-presidente Lula está internada desde terça (24), após sofrer um AVC (acidente vascular cerebral).
"A apuração pode apontar se a divulgação de dados clínicos teve a participação de médicos ou se era do conhecimento da diretoria técnica ou clínica da instituição", afirma o Cremesp em comunicado.
A imagem de uma tomografia de Marisa foi divulgada inicialmente pelo jornalista Claudio Tognolli, que disse ter recebido o material de uma fonte "militante do PT e muito ligada ao partido". Ele defende, em um vídeo na internet, que a publicação é de interesse público. De acordo com o Código de Ética Médica, profissionais da área não podem permitir o acesso de terceiros a prontuários.
O Cremesp diz lamentar a exposição do exame e lembra que, quando se trata de pacientes famosos, a informação para o público só deve ser divulgada por meio de boletim médico autorizado pelo paciente ou responsável. O Hospital Sírio-Libanês, onde a ex-primeira-dama está internada, afirma em nota que "zela pela privacidade de seus pacientes e repudia a quebra de sigilo médico por qualquer profissional de saúde".
"O próprio jornalista [Tognolli]", diz o Sírio, "deixa claro que sua fonte não foi o Hospital Sírio-Libanês ou qualquer um de seus profissionais. Ele também informa que a imagem mostrada não é de um exame realizado dentro da nossa instituição". Antes do Sírio, Marisa Letícia foi atendida no Hospital Assunção, em São Bernardo do Campo. A instituição afirma que, "tão logo tomou conhecimento do evento, imediatamente instaurou sindicância interna para apuração dos fatos, tendo suspendido e afastado os envolvidos na investigação até a sua conclusão".
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