Pular para o conteúdo principal

Não há mais como frear delações da Odebrecht


Josias de Souza
Com a confirmação dos termos do depoimento de Marcelo Odebrecht, reinquirido em Curitiba, as atenções se voltam para a ministra Cármen Lúcia. A plateia fica na expectativa para saber se a presidente do Supremo Tribunal Federal vai homologar, ela própria, esse acordo de colaboração do ex-presidente e herdeiro da Odebrecht e também os outros 76 acordos de executivos da empreiteira.
Se quiser, a ministra pode se escorar num pedido de urgência do procurador-geral da República Rodrigo Janot e liberar os acordos até terça-feira, quando termina o recesso do Judiciário. Se preferir, Cármen Lúcia pode transferir a batata quente para o próximo relator da Lava Jato, a ser escolhido na semana que vem.
A essa altura não há mais espaço para deixar de homologar as delações da Odebrecht. O que se discute é se isso vai ser feito imediatamente ou em fevereiro. O substituto de Teori Zavascki na relatoria da Lava Jato será escolhido por sorteio. Seja quem for, não ousará brecar delações feitas espontaneamente, que se revelaram importantes para as investigações.
Os olhos estão voltados para o Supremo. Mas é na primeira instância que a homologação das delações é aguardada com mais ansiedade. A Lava Jato vai mudar de patamar. Como disse o procurador Deltan Dellagnol em entrevista, a operação vai dobrar de tamanho e dará à luz novos filhos ao redor do Brasil.


Houve espanto no Planalto com essa declaração. Em Brasília, há uma torcida para que a Lava Jato tenha um fim. Não acabará tão cedo. A amplitude das investigações causa um certo desespero. Mas o desespero pode ser útil. Antigamente, o brasileiro se perguntava: onde é que nós vamos parar. Hoje, autoridades e políticos é que se perguntam: quando vão nos deter?
http://www.blogdomagno.com.br/?pagina=6

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Mapa das facções em presídios brasileiros

'Fi-lo porque qui-lo': aprenda gramática com frase histórica de Jânio Quadros

FI-LO PORQUE QUI-LO                       Vamos lembrar um pouco de história, política e gramática?                     O ex-presidente Jânio Quadros gostava de usar palavras difíceis, construções eruditas, para manter sua imagem de pessoa culta. Diz o folclore político que, ao ser indagado sobre os motivos de sua renúncia, em 1961, teria dito: "Fi-lo porque qui-lo".                     Traduzindo para uma linguagem mais acessível, mais moderna, ele quis dizer "fiz isso porque quis isso", ou, simplificando, "fiz porque quis".                     Esse "LO" nada mais é que o pronome oblíquo "O", que ga...

Vimos ou viemos à reunião?

Nós VIMOS ou VIEMOS à reunião? Muita gente tem dúvida na hora de flexionar o verbo VIR. Quer um exemplo: Como você diria: “Nós VIMOS ou nós VIEMOS à reunião?” A resposta é: depende. Sim, depende do tempo a que nos referimos. A forma VIMOS é do presente do indicativo. Por exemplo:  “VIMOS, por meio desta, solicitar..." (o verbo VIR está na 1ª pessoa do plural, no presente do indicativo); A forma VIEMOS é do pretérito, do passado. Exemplo: "Ontem nós VIEMOS à reunião." (o verbo VIR está também na 1ª pessoa do plural, mas desta vez no pretérito perfeito do indicativo). Muita gente evita usar o presente, porque a forma VIMOS é, também, o passado do verbo VER: "Nós o vimos ontem, quando saía do escritório".  Para não ter dúvidas sobre qual é o verbo que está sendo usado (o VIR ou o VER), ponha o verbo no singular. Veja: “VENHO, por meio desta, solicitar...” (essa é a 1ª pessoa do singular, em vez de VIMOS, 1ª do plural); “Eu o VI ontem, quando saía do escritório” (e...