Refinaria da Pemex no México - Daniel Becerril / Reuters
Governos do México, Colômbia, Peru, Argentina e Equador prometem investigar o caso
Governos do México, Colômbia, Peru, Argentina e Equador prometem investigar o caso
O Globo - Tiago Dantas e Mariana Timóteo da Costa
A divulgação dos documentos do Departamento de Justiça dos EUA (DoJ), após os acordos de leniência da Odebrecht e da Braskem, gerou um efeito cascata na América Latina, com países como México, Colômbia, Peru, Argentina e Equador prometendo investigar o caso. Acentuou ainda antigas disputas políticas. A Secretaria de Transparência, órgão ligado à Presidência da Colômbia, admitiu ontem conhecer o alto funcionário do governo que recebeu, sozinho, US$ 6,5 milhões (R$ 21,2 milhões) em propinas da Odebrecht, durante o governo Álvaro Uribe (2002-2010). Uribe é antigo aliado e rival do atual líder colombiano, o prêmio Nobel da Paz Juan Manuel Santos.
O Ministério Público da Colômbia fez buscas na sede da empresa Cormagdalena em Bogotá, sócia da Odebrecht em empreendimentos fluviais no país. O documento americano identificou pagamentos de US$ 11 milhões (R$ 36 milhões) pela Odebrecht na Colômbia. No total, US$ 439 milhões (R$1,4 bilhão) foram pagos pela Odebrecht a autoridades de 11 países; no Brasil foram pagos US$ 349 milhões. Segundo nota divulgada pelo governo Santos, os US$ 6,5 milhões foram pagos a “um alto funcionário do governo Uribe”. O documento não dá o nome dele, mas critica Uribe por ter divulgado um encontro entre Santos e Marcelo Odebrecht, em abril de 2015, no Panamá. A Presidência da Colômbia diz que o encontro ocorreu antes de Marcelo Odebrecht ser preso, em junho daquele ano, durante a abertura da Cúpula das Américas, “algo completamente normal.”
A nota é um claro recado a Uribe, atual senador que, logo após a divulgação dos documentos americanos, disse que era preciso investigar o caso.
Também nesta sexta-feira, o governo do México informou que abriu uma investigação sobre os subornos da Odebrecht que, segundo o DoJ, pagou US$ 10,5 milhões (R$ 34,3 milhões) a políticos e funcionários públicos mexicanos entre 2010 e 2014 em troca de contratos.
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