Pular para o conteúdo principal

Temer nega, mas perdeu força na briga


Raquel Landim – Folha de S.Paulo
 problema, mas perdeu força na queda de braço com os governadores, quando a Câmara retirou as contrapartidas para que os Estados renegociem sua dívida com a União. Em vídeo divulgado nesta quarta-feira (21), Temer disse que as contrapartidas são "indispensáveis" para a aprovação dos programas de recuperação fiscal dos Estados, mas isso só ficará comprovado na prática.
Quando serviços essenciais prestados pelos governos estaduais, como segurança e saúde, entrarem em colapso por falta de pagamento, o presidente será capaz de resistir à pressão?
A situação dos técnicos do ministério da Fazenda seria mais confortável se as contrapartidas estivessem previstas em lei. Agora, terão que negociar caso a caso e assumir o ônus político de medidas impopulares.
As contrapartidas rejeitadas pelos deputados —como congelamento de salários dos servidores, aumento da sua contribuição previdenciária e privatização de estatais— eram uma tentativa de resolver o rombo estrutural das contas dos Estados.
Boa parte dos governos estaduais possui uma folha de pagamento (servidores, aposentados e pensionistas) inchada, desnecessária e impagável. Ao orientar suas bancadas a votarem no sentido contrário do compromisso que assumiram, muitos governadores demonstraram que não querem resolver o problema, mas empurrá-lo para a próxima administração.
Com a queda na arrecadação provocada pela crise econômica do país, a situação das contas estaduais é muito grave. Além da renegociação da dívida, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Rio Grande do Sul provavelmente vão precisar de uma injeção direta de recursos do Tesouro.
O ministério da Fazenda vem tentando arrancar algum compromisso de ajuste estrutural antes de soltar o dinheiro, já que as contas dos governo federal também estão em frangalhos.
Assessores dos Estados argumentam que os recursos teriam que ser liberados de imediato, para que os governadores tivessem condições de aprovar nas assembleias estaduais cortes de gastos e uma reforma previdenciária.
Mas o risco é grande. Se nem com a corda no pescoço, os deputados (estaduais ou federais) concordam com o corte de privilégios para os servidores, imagine com a crise de curto prazo sob controle.
Infelizmente, também é pouco provável que Temer resista por muito tempo, pois sua popularidade está em baixa, a economia segue estagnada e o escândalo da Lava Jato chega cada vez mais perto do Planalto.


Se postergarem, mais uma vez, uma solução para as contas estaduais, os políticos continuarão dando corda para uma bomba relógio que vai explodir no colo da população. Ou melhor, que já começou a fazer estragos.
http://www.blogdomagno.com.br/?pagina=1

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Mapa das facções em presídios brasileiros

Governo sanciona Lei de Diretrizes Orçamentárias 2018

Do G1 O governo sancionou a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2018 com mais de 40 vetos. O texto, os vetos e as exposições de motivos que levaram a eles foram publicados na edição desta quarta-feira do Diário Oficial da União. A LDO de 2018 foi aprovada no mês passado pelo Congresso Nacional contemplando um rombo primário nas contas públicas de R$ 131,3 bilhões para 2018, dos quais R$ 129 bilhões somente para o governo federal. O conceito de déficit primário considera que as despesas serão maiores do que as receitas sem contar os gastos com o pagamento de juros da dívida pública. A LDO também traz uma estimativa de salário mínimo de R$ 979 para 2018, um aumento de 4,4% em relação ao salário mínimo em vigor neste ano, que é de R$ 937. Entre outros indicadores, a LDO prevê um crescimento real do Produto Interno Bruto (PIB) de 2,5% em 2018. A inflação estimada é de 4,5% e a taxa básica de juros deve ficar, segundo a proposta, em 9% na média do próximo ano. Mais de 40 v

Dólar opera em alta e bate R$ 4,40 pela 1ª vez na história

No ano, o avanço chega a quase 10%. Na quinta-feira, moeda dos EUA fechou vendida a R$ 4,3917. O dólar opera em alta nesta sexta-feira (21), batendo logo na abertura, pela primeira vez na história, o patamar de R$ 4,40. Às 10h52, a moeda norte-americana era negociada a R$ 4,3940 na venda, em alta de 0,05%. Na máxima até o momento chegou a R$ 4,4061.  Veja mais cotações . Já o dólar turismo era negociado a R$ 4,5934, sem considerar a cobrança de IOF (Imposto sobre Operações Financeiras). Na sessão anterior, o dólar encerrou o dia vendida a R$ 4,3917, em alta de 0,61%, marcando novo recorde nominal (sem considerar a inflação) de fechamento. Na máxima do dia, chegou a R$ 4,3982 – maior cotação nominal intradia até então, segundo dados do ValorPro. A marca de R$ 4,40 é o maior valor nominal já registrado. Considerando a inflação, no entanto, a maior cotação do dólar desde lançamento do Plano Real foi a atingida no final de 2002. Segundo a Economatica, com a correção