O presidente Michel Temer tem números ruins: as pesquisas CNI-Ibope (46%), Datafolha (45%) e CUT-Vox Populi (55%) mostraram como cresce a rejeição a seu Governo. O Datafolha pesquisou também a taxa de rejeição de Lula (44%), e concluiu que o presidente e o ex-presidente estão tecnicamente empatados no número de eleitores que não votariam neles de jeito nenhum, caso sejam ambos candidatos nas eleições de 2018.
O detalhe: os três institutos indicam quedas de prestígio semelhantes. Os números podem diferir um pouco, mas sinalizam idêntica fraqueza política.
...não...
O resultado mais dramático é o do Instituto Ipsos: 77%. Com esse número, Temer será o presidente da República mais mal visto pelos eleitores desde que se iniciaram as pesquisas sobre esse tema - um presidente pior até do que Dilma Rousseff. O número negativo disparou logo após o vazamento das delações da Odebrecht, em que é citado.
...sim...
Mas as medidas econômicas anunciadas na quinta-feira foram bem recebidas por empresários e especialistas. O presidente do Tribunal Superior do Trabalho, Ives Gandra Martins Filho, disse que as mudanças nas leis trabalhistas deixarão a Justiça mais tranquila e segura. "Quando a lei é clara é mais fácil trabalhar". O presidente do TST acredita que não haverá quaisquer prejuízos jurídicos para os assalariados. "A cada direito flexibilizado, há uma vantagem compensatória para o trabalhador".
A CUT será contra, pois o Governo não é do PT. O trabalho é convencer as outras centrais sindicais a tomar posição a favor, ou de esperar para ver.
...sim...
Um fato é inegável: ao que tudo indica, Temer só deixará a Presidência se quiser. Tem uma tremenda maioria parlamentar, capaz de barrar qualquer iniciativa contra ele. Pode ser que o Tribunal Superior Eleitoral conclua que as irregularidades cometidas por Dilma na campanha eleitoral o atingem, como seu companheiro de chapa, e decida cassar seu mandato.
Nesse caso, disse Temer, no café da manhã com jornalistas, em Brasília, entrará na Justiça com recursos contra a decisão - todos os recursos possíveis. A partir de domingo que vem, restar-lhe-ão dois anos de mandato; e, diz a Constituição, se ele deixar o cargo, o substituto será escolhido em eleição indireta. Podem tentar afastá-lo como vingança, uma compensação pela queda de Dilma, mas ninguém vai ganhar nada com isso.
...sim!
A inflação, que caminhava para dois algarismos pelo segundo ano consecutivo, deve ficar pouco acima da margem superior da meta: 6,6%. Boa parte dessa queda, claro, se deve à crise econômica. Mas o eleitor sente no bolso a queda da inflação, e pode voltar-se a favor do Governo.
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