Pular para o conteúdo principal

A OAB e o impeachment

* Por Cláudio Soares
Uns defendem o impeachment para salvar o Brasil. outros incitam as classes sociais para se perpetuar no poder e continuar a assaltar o erário. Muitos aceitam ser manipulados para não perder o peitinho da vaca. Outros tantos são alienados. Os independentes defendem o fim da corrupção, seja do PT, PSDB, PMDB, etc.
A OAB nacional defende  o Estado Democrático de Direito e, consequentemente, não fica omissa tendo se manifestado  incondicionalmente a favor do processo  de impeachment que já tramita contra  a presidenta  Dilma. A Ordem dos Advogados do Brasil também  condena as  pedaladas fiscais, as  renúncias fiscais para a FIFA, entende ser muito grave  a colaboração para justiça  do senador e ex-líder do PT, Delcídio do Amaral, contra a presidenta, e entende ser estapafúrdia a nomeação de Lula para um  ministério. São estas as razões de independência que a OAB apresentou seu pedido de afastamento da Dilma, e assim como milhões de brasileiros , quer o fim do Governo do PT.
Golpe, que golpe? Esse discurso do PT é prática comum e sempre ocorre quando seus integrantes e caciques se sentem acuados pela justiça e pelo povo. O PT é especialista em tentar confundir a opinião pública, recorre a esse expediente descabido na tentação de sustentar os fanáticos que ainda restam a defender seus interesses. Nada justifica classificar um pedido de processo de impedimento de um governante movido na mais absoluta legalidade  com um golpe.
Impeachment é uma palavra de origem inglesa que significa impedimento ou impugnação. Esta palavra é usada contra um governante acusado de transgredir ou infringir seus deveres funcionais. Portanto, o impedimento da presidenta Dilma está respaldado na violação da Lei de Responsabilidade (pedaladas fiscais) e num remédio jurídico nos termos da Lei Complementar n. 101, promulgada em 04 de maio de 2000.
 Além de um outro e importante dispositivo jurídico que consta na Constituição Federal, precisamente no artigo 85,CF/88 que reza sobre a responsabilidade do presidente da república. Considerando ainda a Lei 1.079/1950 que define os crimes de responsabilidade e regula o respectivo processo de julgamento. E por último, a Suprema Corte - Supremo Tribunal Federal que recentemente (17/03)  alterou e editou o novo rito do impeachment.  
A Ordem dos Advogados está exercendo seu papel democrático. A instituição não é acovardada e defende a democracia tendo chegado a uma decisão unânime e absolutamente técnica. Para a Ordem, não existe cor partidária ou ideológica, tendo sua decisão se baseado na Constituição Federal e as leis.
Seria uma omissão se deixasse de dizer, manifestar-se ou não fazer nada diante de tanta ilegalidade nos atos de um governo que não cansa de violar leis, menti, gerar recessão, inflação, insegurança econômica. A  OAB foi a  principal protagonista no impeachment de Collor - e o afastamento deste ocorreu por menores  escândalos.
Portanto, a Ordem não poderia se omitir nem deixar de lado, desprezar ou esquecer de seu papel junto à sociedade diante de tanta corrupção praticada por essa associação criminosa que se apodera do poder. Seria incompreensível não se manifestar com um pedido de impeachment neste momento sombrio que vive o Brasil.
Eu, como advogado e jornalista, estou convencido que a instituição que me representa (OAB) exerce seu papel com dignidade e independência, cumpre suas prerrogativas e defende, peremptoriamente, a Constituição, a Ordem Jurídica do Estado Democrático, os direitos humanos, a boa aplicação das leis e executa de maneira operante e eficiente suas decisões, e está distante de ser acovardada.  
Viva a OAB!


* Advogado e jornalista

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Mapa das facções em presídios brasileiros

'Fi-lo porque qui-lo': aprenda gramática com frase histórica de Jânio Quadros

FI-LO PORQUE QUI-LO                       Vamos lembrar um pouco de história, política e gramática?                     O ex-presidente Jânio Quadros gostava de usar palavras difíceis, construções eruditas, para manter sua imagem de pessoa culta. Diz o folclore político que, ao ser indagado sobre os motivos de sua renúncia, em 1961, teria dito: "Fi-lo porque qui-lo".                     Traduzindo para uma linguagem mais acessível, mais moderna, ele quis dizer "fiz isso porque quis isso", ou, simplificando, "fiz porque quis".                     Esse "LO" nada mais é que o pronome oblíquo "O", que ga...

Vimos ou viemos à reunião?

Nós VIMOS ou VIEMOS à reunião? Muita gente tem dúvida na hora de flexionar o verbo VIR. Quer um exemplo: Como você diria: “Nós VIMOS ou nós VIEMOS à reunião?” A resposta é: depende. Sim, depende do tempo a que nos referimos. A forma VIMOS é do presente do indicativo. Por exemplo:  “VIMOS, por meio desta, solicitar..." (o verbo VIR está na 1ª pessoa do plural, no presente do indicativo); A forma VIEMOS é do pretérito, do passado. Exemplo: "Ontem nós VIEMOS à reunião." (o verbo VIR está também na 1ª pessoa do plural, mas desta vez no pretérito perfeito do indicativo). Muita gente evita usar o presente, porque a forma VIMOS é, também, o passado do verbo VER: "Nós o vimos ontem, quando saía do escritório".  Para não ter dúvidas sobre qual é o verbo que está sendo usado (o VIR ou o VER), ponha o verbo no singular. Veja: “VENHO, por meio desta, solicitar...” (essa é a 1ª pessoa do singular, em vez de VIMOS, 1ª do plural); “Eu o VI ontem, quando saía do escritório” (e...