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Dilma e o comando do Esporte: uma jogada perigosa


Presidente transforma a pasta em objeto de barganha contra o impeachment. Mas movimentação para resgatar o PRB pode desagradar outro partido aliado
Veja - Marcela Mattos
Cada vez mais acuada diante do avanço do processo de impeachment, a presidente Dilma Rousseff tem feito uso escancarado de cargos no governo para tentar cooptar votos favoráveis à sua manutenção no cargo. Poucos exemplos são tão claros quanto a troca de comando no Ministério do Esporte nesta semana - que se deu ainda a menos de cinco meses de sediar os Jogos Olímpicos. Este é, aliás, mais um fator pelo qual a pasta se torna um objeto de barganha valioso no balcão de negócios para conter o impeachment. Mas as movimentações desta semana podem ter representado uma jogada desastrada do Planalto. Ao rifar George Hilton, o Planalto tenta agradar o PRB, satisfaz o aliadíssimo PCdoB - e arrisca-se a perder apoio do Pros.
De saída da pasta, o ministro George Hilton, segundo aliados, credita a sua provável demissão a uma investida do presidente do PRB, Marcos Pereira. Os dois, que até semana passada dividiam a legenda, entraram em rota de colisão ao divergirem sobre a destituição da petista. Pereira surpreendeu ao publicar artigo em que defendia a queda de Dilma. Querendo sustentar-se no cargo, Hilton apressou-se em discordar publicamente de seu presidente. A confusão no partido só aumentou: Marcos Pereira voltou a subir o tom contra o Planalto e conseguiu emplacar o desembarque da legenda do bloco de apoio à presidente Dilma. O governo ainda tentou conter o movimento, sem sucesso. Ao contrário: Pereira pediu a demissão de Hilton sob o argumento de que precisava do reforço dele na Câmara dos Deputados. De forma contraditória, no entanto, o partido não entregou os demais cargos mantidos na pasta.

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