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Nos bastidores do grampo: o celular era do amigo


Folha de S.Paulo – Natuza Nery
O ex-presidente Lula de fato não tinha celular próprio. Seu segurança, Valmir Moraes da Silva, que o acompanha há mais de dez anos, é quem lhe cedia o aparelho toda vez que precisava contatar alguém. O celular, contudo, também não era oficialmente de seu auxiliar. Estava registrado no nome de um laranja. É por isso, segundo a Lava-Jato, que o ex-presidente falava tão livremente ao telefone, mesmo sabendo que todos os seus passos estavam sendo monitorados. 

Em conversa com o senador Lindbergh Farias (PT-RJ), no dia 2 de março deste ano, Lula debocha: "Estou falando nesse telefone, porque quero ver se a Polícia Federal estar gravando (risadas). Quero ver se está grampeado". 

Segundo investigadores, Moro aguardava a nomeação de Lula para dar publicidade aos documentos. Já havia autorizado, na tarde de quarta, a divulgação quando o alertaram: o celular grampeado acabara de receber uma ligação. Era do Planalto. 

Até então o diálogo que compromete Dilma não constava dos grampos. O juiz autorizou que a documentação fosse atualizada. A conversa na qual a presidente diz a Lula que ele receberá o termo de posse, assim, passou a constar nos autos. 

A aparição de Dilma no grampo surpreendeu até os investigadores mais veteranos: "Presidente da República não liga para tratar de assunto delicado. Manda emissário", disse um deles após ouvir a conversa entre a petista e Lula. 

Aos olhos da Lava-Jato, o juiz Sergio Moro agiu no momento certo: se esperasse até amanhã, após Lula ter tomar posse como chefe da Casa Civil, não poderia tornar público os grampos telefônicos comprometedores.

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