Na tática de oferecer cargos de peemedebistas no "varejão" da Câmara, o primeiro lance já foi dado. Entregar a presidência da Funasa (Fundação Nacional de Saúde), antes ocupada por um aliado do vice-presidente Michel Temer (PMDB-SP), para a sigla nanica do PTN, que daria dez votos a favor de Dilma. A preocupação de assessores presidenciais é o tempo curto disponível para segurar e reconquistar aliados em siglas como PP, PR e PSD, que já avisaram à presidente sobre o risco de a maior parte de seus deputados votarem a favor da saída da petista do Palácio do Planalto.
Um interlocutor da presidente reconhece que o tempo joga contra o governo, mas disse que estes partidos, incluindo na conta também o PTB, nunca ocuparam papel de destaque na Esplanada dos Ministérios e agora teriam a promessa de se transformarem em protagonistas caso Dilma sobreviva.
O problema, reconhece outro assessor, é que o PMDB também está articulando na busca de conquistar o apoio destas legendas para um eventual governo Temer.
VOTAÇÃO SIMBÓLICA
Do lado do PMDB, o fortalecimento da ala que prega o rompimento levou os partidários da manutenção da aliança com o governo, hoje reduzidos a algo entre 20% e 25% da legenda, a fazerem uma série de propostas.
Há, inclusive, quem pregue que não haja mais aferição exata sobre a saída do governo, mas uma espécie de votação simbólica pelo desembarque.
Segundo essa tese, o partido sinalizaria unido pelo desembarque, mas, em contrapartida, os sete ministros do PMDB teriam um prazo maior, até 12 de abril, para entregarem os cargos.
A tentativa de esticar a permanência desses nomes no governo não é bem vista pela ala mais rebelde do partido, que tem dito que isso levaria a uma desmoralização, mas a arbitragem final sobre as propostas caberá a Michel Temer, que terá uma série de conversas com aliados ao longo desta segunda-feira (28).
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