Ataques às investigações e força das ruas fazem parte da estratégia
O Globo - Catarina Alencastro, Simone Iglesias e Jailton de Carvalho
O governo vai agir em três frentes para tentar sair da paralisia política e econômica: concentrar ataques no que considera abusos da Operação Lava-Jato e do juiz Sérgio Moro; retomar a guerra contra o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ); e apostar na força da militância petista nas ruas. A reação às investigações é o resultado mais evidente, e o novo ministro da Justiça, Eugênio Aragão, demonstra disposição para ampliar o controle disciplinar da Polícia Federal (PF) para impedir vazamentos e estuda até mesmo interpelar Moro formalmente.
Neste fim de semana, Aragão declarou que vai afastar policiais envolvidos em divulgação de informações sigilosas. Ele ressaltou, no entanto, que está mirando em investigadores que cometem crime de vazamento e não pensa em interferir no conteúdo das investigações. As medidas judiciais contra Moro, ainda em estudo, seriam adotadas por conta da divulgação da escuta que flagrou Lula e a presidente Dilma Rousseff.
Na avaliação dele, por ser detentora de foro no Supremo Tribunal Federal (STF), Dilma não poderia ter um diálogo liberado para divulgação por um juiz de primeira instância. Na mesma linha, deputados do PT anunciaram que irão ao Conselho Nacional de Justiça (CNJ) contra o juiz.
— Moro abusou. E o governo está respondendo aos abusos. Não é estratégia política, é uma reação a uma investida sem limites com foco no PT. Além disso, o governo vai retomar o ataque contra Cunha, que tem como objetivo entregar a Temer, seu aliado, o poder — argumentou uma fonte do Palácio do Planalto.
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