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Delcídio: “Vem tanta coisa aí, tanta confusão”



Senador que fez delação premiada afirma que que fez 'uma colaboração de político, com agendas de viagens, datas, horários'
O Estado de S.Paulo - Fausto Macedo e Ricardo Brandt
O senador Delcídio Amaral, que nesta terça-feira, 15, se desligou do PT, prevê ‘confusão’ para breve. Enigmático, o ex-líder do Governo, que fez delação premiada e agitou o Congresso, o Palácio do Planalto e também a oposição, disse que na próxima semana retorna às suas atividades parlamentares. Não faz ideia de como será recebido. “É uma incógnita.” Diz que “é inacreditável” Lula no Ministério de Dilma. “É para se blindar do Moro.”
Estadão: O sr. tem medo de morrer?
Delcídio Amaral: Eu, pessoalmente, não. Mas, evidentemente, a gente tem que tomar muito cuidado com a família. Eu tenho filha jovem, eu tenho muitas preocupações. Minha mãe vive no pantanal, vive numa fazenda. Eu, evidentemente vou conversar com os meus advogados sobre isso. É aquela história, a gente nunca sabe. Você pode ter uma percepção dos fatos de uma maneira generalista ou mais equilibrada, mas não tem controle sobre iniciativas pessoais. É um negócio complicadíssimo. Eu lhe confesso que estou muito preocupado. Tanto é que isso vou conversar com os meus advogados para a gente tomar todas as precauções. Não dá para brincar, tem que tomar todas as cautelas.
Estadão: Por que o sr. se desligou do PT?
Delcídio Amaral: Eu não vou ficar aí. Primeiro, aquilo que aconteceu quando fui preso. Inacreditável o que o partido fez comigo. Aquilo me prejudicou numa intensidade inacreditável. Não havia mais condição de ficar no PT com a homologação (da delação premiada), com tudo isso acontecendo. Era uma coisa normal, o curso natural das coisas.
Estadão: E as denúncias contra o sr?
Delcídio Amaral: O fato é que não existe nenhuma acusação que fica de pé contra mim. O processo inteiro eu não tenho nada de corrupção, nada que ficou caracterizado como um caso de corrupção na minha conduta. Isso aí para mim é muito importante. Eu aproveitei na colaboração para responder a todas as acusações que existiam contra mim. O que ficou lá foi esse negócio de caixa 2 que acabou caducando por causa dos oito anos já transcorridos. Não tem corrupção, na verdade minha colaboração é mais para testemunha. Os caras confundem, dizem que delator tem que assumir culpa. Mas, no meu caso, eu sou praticamente uma testemunha.
Estadão: O ministro Aloizio Mercadante diz que sugeriu tudo dentro da legalidade.
Delcídio Amaral: Eu não tenho intimidade com ele, como é que fala da minha filha em entrevista? Ele não pode negar aquilo que está na gravação.

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