Conversa ocorreu com o deputado federal Wadih Damous
O Globo - Dimitrius Dantas
Em conversa com o deputado federal Wadih Damous (PT), o ex-presidente Lula afirmou que a bancada petista no Congresso precisaria pressionar o juiz Sérgio Moro e a Operação Lava-Jato. Lula afirma que, caso os parlamentares petistas se animassem, poderia fazer a diferença em relação a Moro e a Lava-Jato. “Eu acho que eles têm que ter em conta o seguinte, bicho, eles têm que ter medo”, concluiu Lula no telefonema que ocorreu em 28 de fevereiro.
“Eles têm que ter preocupação, um filho da puta desses qualquer que fala merda, ele tem que dormir sabendo que no dia seguinte vai ter dez deputados na casa dele enchendo o saco, no escritório dele enchendo o saco, vai ter uma representação no Supremo Tribunal Federal, vai ter qualquer coisa”, disse o presidente. Lula questiona Damous: “Se um filho da puta desses qualquer pode pegar (ininteligível) sabe? E achincalhar, porque a gente não pode achincalhar”.
O telefonema ocorreu pelo telefone do advogado Roberto Teixeira, compadre de Lula. No seu despacho, Moro justificou os diálogos interceptados do telefone de Teixeira porque “apesar deste ser advogado, não identifiquei com clareza relação cliente/advogado a ser preservada entre o ex-Presidente e referida pessoa”. Segundo Moro, Teixeira não consta no processo de busca e apreensão entre os defensores cadastrados no processo do ex-presidente. Além disso, cita que há indícios do envolvimento direto de Roberto Teixeira na aquisição do Sítio em Atibaia do ex-Presidente, com aparente utilização de pessoas interpostas.
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