Andrei Meireles - Blog Os Divergentes
Na expectativa de um tsunami político, especulações, sonhos e delírios fazem sucesso em Brasília. Todo dia surgem novos postulantes à corrida presidencial em 2018, em aposta de que os favoritos de sempre podem ser atropelados pela Lava Jato.
Mas, e se o barco virar antes? Nesse caso, o páreo seria outro.
Dia sim, outro também, o ministro Gilmar Mendes fala mal de investigadores e investigados. A cada manifestação, ele sobe o tom. Outro dia, em uma conversa no Cafezinho da Câmara, o experiente Miro Teixeira tecia considerações a respeito das seguidas declarações de Gilmar e suas fortes críticas à Lava Jato, a juízes, a procuradores e a delegados de polícia.
— O público alvo dele é aqui.
Por que Gilmar estaria tão interessado em agradar deputados e senadores, inclusive em uma polêmica meio sem estribeira com o procurador Rodrigo Janot?
A resposta pode estar na promessa de Gilmar de, tão logo o ministro Herman Benjamin apresentar seu parecer sobre o pedido de cassação da chapa Dilma Rousseff/Michel Temer, pautar sua votação.
A intenção de Herman é votar em abril. Não é segredo para ninguém que ele pretende propor a cassação da chapa. Se conseguir, a decisão pode ser tomada antes que Michel Temer possa mudar a composição entre os sete ministros titulares do Tribunal Superior Eleitoral.
Isso tem cara de mais uma teoria da conspiração. Mas, nos meios políticos, e até em algumas rodas jurídicas, especula-se que Gilmar Mendes estaria se credenciando para, no caso da cassação de Temer, apresentar-se como alternativa para chegar ao Palácio do Planalto pelas mãos do Congresso Nacional.
Se Gilmar tem mesmo esse propósito oculto, pode se decepcionar.
Políticos com muitos anos de estrada, como o próprio Miro Teixeira, apostam que, se Temer for mesmo cassado, os parlamentares vão querer escolher um deles como novo inquilino no Palácio do Planalto.
Aí, seja o que Deus quiser.
Tudo o que é ruim sempre pode piorar.
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