Sem mandato, sem foro privilegiado, submetido aos rigores da primeira instância do Judiciário, Lula já tenta de tudo para se livrar de Sergio Moro. Mas tudo parece não querer nada com Lula. O morubixaba do PT já recorreu ao Tribunal Regional Federal da 4ª Região. Nada. Bateu às portas do Superior Tribunal de Justiça. Necas. Foi ao Supremo Tribunal Federal. Negativo.
Nesta quinta-feira, o Supremo estragou o penúltimo plano de fuga de Lula. Por unanimidade, os ministros que compõem o plenário da Corte mandaram ao arquivo petição em que a defesa de Lula pedia a interrupção de investigações que correm na 13ª Vara Federal de Curitiba. Com isso, Lula permanece ao alcance da caneta de Sergio Moro. Algo que parece apavorá-lo.
A “morofobia” de Lula cresce na proporção direta da aproximação da audiência de 5 de maio, na qual o juiz da Lava Jato vai inquirir o pajé do petismo no processo sobre o tríplex do Guarujá. Lula será o último depoente. Depois, virão as alegações finais dos advogados e a sentença de Moro.
O que amedronta Lula é a possibilidade de ficar inelegível a partir de uma condenação de segunda instância, que pode chegar nas pegadas de um despacho de Moro. No último domingo, no comício fora de época que realizou à beira do Rio São Francisco, o presidenciável eterno do PT soou como se discursasse para a força-tarefa de Curitiba e o juiz da Lava Jato: “Se vocês querem me prejudicar, pelo amor de Deus, criem vergonha, não prejudiquem 204 milhões de pessoas”.
Quer dizer: no teatro que criou para si mesmo, Lula fala como se estivesse em jogo não a sua honorabilidade, mas o direito de todo brasileiro à felicidade de tê-lo como presidente pela terceira vez. “Eu nem sei se estarei vivo para ser candidato em 2018”, disse Lula à plateiacompanheira que o escutava. “Eles que peçam a Deus para eu não ser candidato porque, se eu for, é para ganhar as eleições. E voltar esse país a ter alegria, a ter felicidade. E o povo a sonhar com emprego e com salário”.
Insensíveis, os ministros do Supremo condenaram Lula ao convívio com o risco de arrostar uma condenação que, confirmada pelo TRF4, o impedirá de fazer o favor de devolver o emprego e o salário ao brasileiro. Coisas que ele próprio subtraiu ao vender a ilusão de que Dilma Rousseff seria uma administradora impecável. No limite, o destino pode negar a Lula a realização do sonho de voltar ao Planalto para corrigir o desastre que Lula criou.
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