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Advogado de Lula fez contrato falso para ocultar sítio

O Globo - Juliana Arreguy e Dimitrius Dantas

Uma reunião entre o advogado do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e dois funcionários da Odebrecht decidiu a confecção de um contrato falso para evitar que as reformas em um sítio em Atibaia pudesse ser ligada ao petista. É o que disse Emyr Costa, engenheiro indicado pela Odebrecht para tocar as obras no sítio, que detalhou, em sua delação, um encontro entre ele, Alexandrino Alencar, diretor da empreiteira, e Roberto Teixeira, advogado e compadre de Lula.
— Ele (Alexandrino Alencar) me disse para a gente contar ao senhor Roberto Teixeira como que a obra tinha sido feita para que ele pudesse bolar alguma forma de regularizar essa construção para que não parecesse que tivesse sido feita em benefício do ex-presidente Lula nem tampouco pela Odebrecht — contou Emyr Costa.
O método que Teixeira teria encontrado para encobrir Lula como beneficiário teria sido a confecção de um contrato entre o empreiteiro da obra, Carlos Rodrigues, e o proprietário do sítio, Fernando Bittar, sócio do Fábio Luis Lula da Silva, filho do ex-presidente. O contrato teria valor mais baixo do que o gasto na obra para ser compatível com o rendimento de Bittar.
— Eu disse (para o Teixeira) que tinha esse empreiteiro que tinha trabalhado lá, e aí ele deu a ideia. “Olha, então você procura esse empreiteiro e faz um contrato em nome do proprietário que aparece na escritura do terreno”. Naquela data, eu fiquei sabendo que o sítio estava em nome do Fernando Bittar — disse Emyr, emendando. — Era um valor mais baixo do que os R$ 700 mil que tinha custado. Eu fiz o contrato pessoalmente, marquei uma reunião com esse Carlos Rodrigues. Encontrei com ele no estacionamento do clube, pedi para ele assinar o contrato e emitir nota fiscal no valor do contrato. Ele me devolveu o contrato assinado e a nota fiscal e eu, então, voltei uns dias depois ao escritório do Roberto Teixeira, entreguei para ele e saí de lá.

O valor da obra, segundo Emyr Costa, foi definido inicialmente em R$ 500 mil e teria sido pago pelo Setor de Operações Estruturadas, departamento da Odebrecht responsável por propina. O dinheiro chegava em espécie a Atibaia durante as obras, em dezembro de 2010, enquanto Lula ainda ocupava a Presidência.
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