Ricardo Boechat -IstoÉ
O projeto de reforma trabalhista em tramitação na Câmara dos Deputados é uma batalha que ainda está sendo travada – e Deus sabe lá quando terminará.
Michel Temer joga todas as fichas pelas mudanças na CLT, esperando colher bons frutos, tal como ocorreu com a Desvinculação das Receitas da União (permissão para que 20% da arrecadação do Tesouro Nacional sejam destinados de maneira livre e flexível pelo governo) e da Proposta de Emenda à Constituição, que impôs um teto aos gastos públicos pelos próximos 20 anos.
Especialistas têm sido unânimes em aplaudir o esforço da Presidência da República em tentar reestruturar o sistema sindical brasileiro, que data do início do século passado e preserva regras de entidades criadas para atender a um modelo defasado e autoritário. Sindicatos e centrais nunca foram órgãos do Estado e, portanto, únicos por categoria e base geográfica, mantidos por imposto. Em boa hora discutem-se mudanças nessa estrutura.
Que continuem a existir entidades livres nas quais os trabalhadores se associem voluntariamente e com reconhecida capacidade de negociação. Um levantamento do IBGE apontou que metade dos sindicatos atuais nunca participou de um dissídio coletivo – mas são ávidos em colher a contribuição sindical obrigatória.
O mundo hoje requer regras entre patrões e empregados que estejam em sintonia com o século XXI. As reformas para melhorar essa relação são bem-vindas e devem contar com a participação da sociedade.
Dos políticos espera-se que votem em sintonia com os novos tempos e não aceitando o toma-lá-dá-cá que muitas vezes caracteriza as votações no Legislativo brasileiro.
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