"Quando se chega ao fundo do poço, a única saída é sair" (Zuenir Ventura, em sua coluna de sábado no Globo).
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Concordo plenamente com meu sábio amigo Zuenir Ventura, velho parceiro de estrada e de sonhos. O único problema é que ainda não consigo enxergar aonde está a saída.
O mundo ainda não acabou, mas ao final de mais uma semana de barata voa em Brasília e revelações cada vez mais espantosas sobre o fundo do poço em que o Brasil mergulhou de cabeça, sem nenhum sinal de que as coisas possam melhorar tão cedo, temo que possamos estar só no começo de um processo.
A assustadora videoteca das delações da Odebrecht é apenas a primeira produzida por uma única empresa, e ainda faltam todas as outras empreiteiras do consórcio público-privado criado para assaltar a Petrobras e as nossas esperanças, sabe-se lá desde quando.
O que ainda terão a revelar os executivos das outras gigantes do cartel como Camargo Correa, Andrade Gutierrez, Queiroz Galvão e OAS, que utilizavam o mesmo modus-operandi?
O que aconteceu nas outras estatais, já que até agora quase só falamos da Petrobras, a maior de todas, mas certamente não a única vítima do esquema?
O que vai acontecer quando começarem a investigar o sistema financeiro, com aqueles milhões todos em grana viva circulando de um lado para outro em mochilas? Ninguém desconfiou de nada este tempo todo?
O que faziam os órgãos de controle financeiro, os tribunais de contas e as várias instâncias do Judiciário antes da Operação Lava Jato?
O que falta ser revelado nas tão temidas delações de Antonio Palocci (PT), Eduardo Cunha (PMDB) e Paulo Preto (PSDB)?
Como o Zuenir, também me esforço para não ser pessimista e gostaria de falar de coisas boas para não aporrinhar o feriadão dos leitores com estas perguntas, mas está difícil.
Se alguém souber o que ainda falta acontecer e aonde tudo isso vai parar, por favor me avise.
Na medida do possível, bom final de semana a todos.
Vida que segue.
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