O Globo - Jefferson Ribeiro
Há pouco mais de três anos, quando a Operação Lava-Jato já provocava os primeiros danos no meio político atingindo em cheio o ex-vice-presidente da Câmara André Vargas, que renunciou ao cargo e se desfiliou do PT após as revelações de sua relação com o doleiro Alberto Yousseff, era impossível prever a dimensão que as investigações teriam sobre a classe política. Hoje, depois de 39 ações policiais e mais de duas centenas de delações, foram colhidos depoimentos e provas que levaram à ruína até mesmo as maiores grifes da política nacional.
Separando o joio do trigo
Os danos à imagem dos principais políticos brasileiros é inegável, mas a avalanche de denúncias e investigações é tamanha que fica difícil saber quem está mais ou menos implicado juridicamente.
E como a delação dos ex-executivos da Odebrecht com vídeos tornam as acusações mais ricas de detalhes, as outras denúncias já apresentadas pelo Ministério Público à Justiça em outros casos ficam meio opacas e podem até ser esquecidas caso a Justiça demore a dar uma sentença.
O GLOBO fez um levantamento sobre o que pesa contra a elite política em que é possível medir o quão implicado cada um deles está com a delação da Odebrecht e outras investigações na Justiça. Recentemente, o ex-ministro do Supremo Tribunal Federal Carlos Ayres Britto disse num artigo que não se trata mais de separar o joio do trigo, mas sim "o joio do joio" para saber qual é mais daninho à ordem jurídica.
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o senador Aécio Neves (PSDB-MG) e o ex-governador Sérgio Cabral integram o time dos que mais têm inquéritos abertos para investigar suas condutas.
Mas o levantamento leva em conta também os principais ministros do governo, Moreira Franco (Secretaria-Geral) e Eliseu Padilha (Casa Civil), a ex-presidente Dilma Rousseff e o presidente Michel Temer, que apesar de ter imunidade constitucional para investigações de atos praticados antes do mandato é citado por delatores e terá que responder à Justiça a partir de 2019.
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