O afastamento de Aécio Neves (PSDB-MG) do Senado causou reações profundas em todas as esferas do poder. Michel Temer viu renascer a desconfiança sobre a aliança com o PSDB e a pressão do centrão por mais espaço no governo. O STF foi tomado por divisão e constrangimento. Mesmo ministros que concordam com a medida condenaram a forma do voto. No Congresso, houve inédita união entre PT e PSDB e alinhamento de um número expressivo de parlamentares contra o Judiciário.
A presidente do Supremo, Cármen Lúcia, e o presidente do Senado, Eunício Oliveira, são os principais alvos de pressão. Ao telefonar para o senador nesta quarta (27), a ministra, de certa forma, fez sinal de que não deseja ver nenhum dos lados pegando em armas.
Enquanto integrantes do PT e do PMDB defenderam a suspensão do afastamento de Aécio, tucanos se revezavam no Congresso e em diretórios estaduais da sigla exigindo a renúncia definitiva do mineiro à direção do PSDB.
Nomes da ala dos cabeças pretas do PSDB disseram querer que Aécio prove sua inocência, mas admitiram que a situação é constrangedora. “É de bom tom que ele se afaste em definitivo da presidência”, afirmou o deputado Fábio Sousa (GO). (Painel - Folha de S.Paulo)
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