Folha de .Paulo – Gustavo Uribe, Ranier Bragon e Daniel Carvalho
Com o início da tramitação de denúncia por organização criminosa e obstrução judicial, o presidente Michel Temer mobilizou ministros, assessores e deputados para uma operação salva-mandato. Na tentativa de barrar acusação contra ele, o peemedebista discute o remanejamento em cargos de segundo e terceiro escalões, a liberação de emendas parlamentares e trocas na CCJ (Comissão de Constituição e Justiça).
A ameaça de rebelião dos partidos do chamado centrão, contudo, tem colocado em risco a estratégia do presidente, que abriu o gabinete presidencial para receber parlamentares de siglas como PR, PSD, PP e PTB.Os partidos têm reivindicado mais espaço na Esplanada dos Ministérios, como o controle do Ministério das Cidades e a Secretaria de Governo. Até o momento, contudo, o presidente tem resistido a cedê-los.
Nesta quarta-feira (27), o presidente da CCJ, Rodrigo Pacheco (PMDB-MG), disse que fará a tramitação conjunta da denúncia, com apenas um relator, contra o presidente e os ministros Eliseu Padilha (Casa Civil) e Moreira Franco (Secretaria-Geral).
A escolha era a desejada pelo Palácio do Planalto, que avaliava o risco de que, em uma tramitação fatiada, pelo menos um dos ministros acabasse afastado, o que poderia agravar a crise política.
Partidos da oposição e do centrão, no entanto, ameaçam aprovar nesta quinta (28) o fatiamento. O objetivo é aumentar o poder de barganha das siglas governistas em relação a emendas e cargos.
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