Pular para o conteúdo principal

Maia: Não fiz com eles o que eles fizeram com a Dilma


O presidente da Câmara, deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ), atribuiu a integrantes do primeiro escalão do governo os rumores de que teria interesse na Presidência da República. Em entrevista ao jornal "Valor Econômico" divulgada nesta sexta-feira, Maia negou interesse no cargo ocupado pelo presidente Michel Temer e afirmou que não se movimentou pelo impeachment, ao contrário do que políticos no entorno da ex-presidente Dilma Rousseff fizeram. O PMDB era o principal partido da base da petista, e o peemedebista Temer, então vice-presidente da República, ascendeu ao poder.
“Não fiz com eles (governistas) o que eles fizeram com a Dilma. Talvez por isso essas mentiras criadas (sobre ele articular a queda de Michel Temer), para tentar criar um ambiente em que eu era o que não prestava e eles eram os que prestavam”, disse o deputado, ao complementar. “Como eles (governistas) fizeram desse jeito com a Dilma, talvez imaginassem que o padrão fosse esse. O meu padrão não é o mesmo daqueles que, em torno do presidente, comandaram o impeachment da Dilma”.
Para justificar sua falta de interesse na cadeira presidencial, Maia afirma que o presidente teria sido derrubado, se não fosse por seu esforço em manter o DEM junto ao governo no momento da primeira denúncia (por corrupção passiva) contra Michel Temer.
“Vou dizer claramente, sem nenhuma vaidade: se eu tivesse deixado o DEM sair (do governo) com o PSDB, o Michel tinha caído”, disse.
DESGASTE ENTRE DEM E GOVERNO
Embora diga que tenha trabalhado para manter o DEM junto ao governo, Rodrigo Maia não garante que o mesmo será feito a partir de agora. A relação entre DEM, partido do presidente da Câmara, e o PMDB, partido do presidente da República, ficou estremecida com a disputa travada pelas duas legendas para atrair deputados dissidentes do PSB.
O DEM procura ampliar sua base na Câmara. Por sua vez, Temer jantou com a líder do PSB na Casa, Tereza Cristina (MS), na tentativa de atrair ao PMDB parlamentares alinhados com as reformas do governo. O ministro de Minas e Energia, Fernando Bezerra Coelho, migrou para o PMDB, após também estar presente no jantar.
“Desesperado, Michel pediu para jantar aqui comigo para esclarecer que era mentira (a tentativa de atrair dissidentes do PSB). O presidente do PMDB (senador Romero Jucá) ligou para o presidente do DEM (senador Agripino Maia) para dizer que eles não tinham nenhum interesse nos parlamentares do PSB e o que estamos vendo é outra coisa. E o Romero, depois dessa denúncia, continuou fazendo a mesma coisa. A relação do PMDB com o DEM hoje é muito difícil”, admitiu Maia.
O presidente da Câmara ainda criticou a presença de dois importantes peemedebistas na filiação de Bezerra Coelho: os ministros Moreira Franco (Secretaria Geral) e Eliseu Padilha (Casa Civil). Segundo Maia, o gesto significa uma "posição do governo".
“Como o presidente do PMDB e o próprio presidente da República falam uma coisa e o partido faz outra? E os ministros Moreira Franco e Eliseu Padilha vão à filiação do Fernando Coelho respaldar que aquilo é uma posição do governo? Eles são muito corajosos”, ironizou, para depois acrescentar:
“Um deputado do DEM pode pensar: Por que eu vou me meter nesse desgaste se o governo quer prejudicar meu partido?”
CONFIRA OUTROS TRECHOS DA ENTREVISTA
RELAÇÃO COM CUNHA
"Não nego isso. Construí minha relação com o Eduardo (Cunha) depois da eleição dele para presidente da Câmara. Nós o ajudamos. Durante sua presidência, ele me ajudou muito, me deu muito espaço, relatorias importantes, prestígio."
INVESTIGAÇÕES DO MINISTÉRIO PÚBLICO CONTRA SI
"Eu não critico. É claro que não gosto para mim, mas não posso deixar de respeitar, uma decisão do Ministério Público precisa ser respeitada. O nosso papel é fazer a nossa defesa e arquivar os inquéritos. Não tem problema nenhum."
REELEIÇÃO NA CÂMARA
"Para ser presidente da Câmara e para ser deputado precisa de voto, mas é uma hipótese forte. Acho que ajudo mais o Rio em Brasília."
'NÃO SEREI PRESIDENTE'
"Estou bem com a base, com a oposição, estou bem com todo mundo. E não vai ter ministro meu, porque eu não vou ser presidente."
DORIA NO DEM?
"Doria é nosso amigo, mas está no PSDB. O nosso combinado, dentro da direção do DEM, com o presidente Agripino, é que não iríamos tentar tirar parlamentar de partido da base. O movimento de alguns parlamentares do PSB é porque o partido foi para a oposição e eles continuam na base."
BOLSONARO
“O Bolsonaro não cresceu por causa da segurança pública. Cresceu quando entendeu, de forma competente, que a polarização dele com (os deputados federais) Maria do Rosário e Jean Wyllis gerava seguidores nas redes sociais e votos"
ABORTO


"Não sou a favor daquela posição de alguns da Igreja Católica, que é 100% contra o aborto. Tem algumas coisas que eu não vou ao extremo."
http://www.blogdomagno.com.br/?pagina=1

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Mapa das facções em presídios brasileiros

Governo sanciona Lei de Diretrizes Orçamentárias 2018

Do G1 O governo sancionou a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2018 com mais de 40 vetos. O texto, os vetos e as exposições de motivos que levaram a eles foram publicados na edição desta quarta-feira do Diário Oficial da União. A LDO de 2018 foi aprovada no mês passado pelo Congresso Nacional contemplando um rombo primário nas contas públicas de R$ 131,3 bilhões para 2018, dos quais R$ 129 bilhões somente para o governo federal. O conceito de déficit primário considera que as despesas serão maiores do que as receitas sem contar os gastos com o pagamento de juros da dívida pública. A LDO também traz uma estimativa de salário mínimo de R$ 979 para 2018, um aumento de 4,4% em relação ao salário mínimo em vigor neste ano, que é de R$ 937. Entre outros indicadores, a LDO prevê um crescimento real do Produto Interno Bruto (PIB) de 2,5% em 2018. A inflação estimada é de 4,5% e a taxa básica de juros deve ficar, segundo a proposta, em 9% na média do próximo ano. Mais de 40 v

Dólar opera em alta e bate R$ 4,40 pela 1ª vez na história

No ano, o avanço chega a quase 10%. Na quinta-feira, moeda dos EUA fechou vendida a R$ 4,3917. O dólar opera em alta nesta sexta-feira (21), batendo logo na abertura, pela primeira vez na história, o patamar de R$ 4,40. Às 10h52, a moeda norte-americana era negociada a R$ 4,3940 na venda, em alta de 0,05%. Na máxima até o momento chegou a R$ 4,4061.  Veja mais cotações . Já o dólar turismo era negociado a R$ 4,5934, sem considerar a cobrança de IOF (Imposto sobre Operações Financeiras). Na sessão anterior, o dólar encerrou o dia vendida a R$ 4,3917, em alta de 0,61%, marcando novo recorde nominal (sem considerar a inflação) de fechamento. Na máxima do dia, chegou a R$ 4,3982 – maior cotação nominal intradia até então, segundo dados do ValorPro. A marca de R$ 4,40 é o maior valor nominal já registrado. Considerando a inflação, no entanto, a maior cotação do dólar desde lançamento do Plano Real foi a atingida no final de 2002. Segundo a Economatica, com a correção