O acordo de delação premiada do ex-diretor da área internacional da Petrobras Nestor Cerveró traz mais uma bomba envolvendo políticos com o esquema de corrupção na estatal.
Em depoimento prestado em dezembro aos investigadores da Lava Jato, Cerveró disse que, quando estava na BR Distribuidora, era o responsável por arrecadar propinas para o atual presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e o senador Delcídio Amaral (PT-MS).
Cerveró disse ainda que Delcídio tinha influência direta na presidência da BR Distribuidora, subsidiária da Petrobras, e que foi "um dos responsáveis por sua indicação" para a empresa.
O senador do PT foi preso no fim de novembro acusado de atrapalhar as investigações da Lava Jato por tentar impedir que Cerveró firmasse o acordo de delação premiada. Ele foi gravado em uma conversa em que sugeria fuga ao ex-diretor da Petrobras.
Cerveró afirmou ainda que assumiu a função em uma reunião com políticos, onde foi decidido, segundo ele, o regime de partilha dos propinodutos da BR Distribuidora entre parlamentares como Fernando Collor de Mello (PTB-AL), Cândido Vaccarezza (SP), Vander Loubet (MS), José Mentor (SP), Jilmar Tatto (SP) e André Vargas (PR).
Segundo ele, o senador Renan Calheiros "reclamou da falta de repasse de propina" e ameaçou retaliá-lo durante uma reunião em seu gabinete no Senado.
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