O ministro-chefe da Casa Civil, Jaques Wagner (PT-BA), entrou na mira da CPI dos Fundos de Pensão, após a divulgação de mensagens de celular em que supostamente atua na Fundação dos Economiários Federais (Funcef), fundo de pensão dos funcionários da Caixa Econômica, para favorecer a empreiteira OAS. Segundo o presidente da comissão, deputado Efraim Filho (DEM-PB), o petista deve ser convocado para prestar esclarecimentos assim que os trabalhos legislativos recomeçarem, no início de fevereiro. Parlamentares oposicionistas já prepararam requerimentos, mas ainda precisam ser votados.
O presidente da CPI disse que atuará para conseguir a aprovação. “Já estão configurados os indícios de tráfico de influência e direcionamento dos negócios para interesses políticos partidários”, afirmou, conforme relato do Estadão, que teve acesso às mensagens.
De acordo com os investigadores da Operação Lava Jato, mensagens no celular do ex-presidente da OAS José Adelmário Pinheiro Filho, o Léo Pinheiro, indicam suposta atuação de Wagner na intermediação de negócios entre a empreiteira e fundos de pensão.
Meses após Pinheiro dizer em mensagens que precisaria de “JW (em referência a Wagner) na aprovação final” de um negócio, a diretoria executiva da Funcef aprovou a compra de cotas de até R$ 500 milhões em um fundo da OAS.
A CPI trabalha com três pilares - aparelhamento das instituições, direcionamento dos negócios dos fundos de pensão para interesses partidários e tráfico de influência, onde entraria a apuração que envolve o ex-governador da Bahia.
“Nós já tínhamos informações de que havia trafico de influência. Essas mensagens de celular apresentam provas indiscutíveis do tráfico de influência nos fundos de pensão”, disse Efraim Filho.
Wagner disse estar tranquilo
Em nota enviada à imprensa, na quinta-feira (7), o ministro Jaques Wagner afirmou não temer investigações. “Em relação à matéria publicada pelo jornal O Estado de São Paulo, nesta quinta-feira (07), afirmo estar absolutamente tranquilo quanto a minha atividade política institucional, exclusivamente baseada na defesa dos interesses do estado da Bahia e do Brasil”, diz o texto.
"Estou à disposição do Ministério Público e demais órgãos competentes para quaisquer esclarecimentos. Em tempo, manifesto meu repúdio à reiterada prática de vazamentos de informações preliminares e inconsistentes, que não contribuem para andamento das apurações e do devido processo legal", continuou.
Eduardo Cunha
O presidente da Câmara Federal, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), também apareceu nas mensagens do exexecutivo da OAS, mas não deve ser alvo da CPI. “Surgiu a história do Cunha e a OAS, mas são recursos do FGTS. O vínculo delas com os fundos de pensão é muito frágil”, afirmou o presidente da CPI.
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