A situação do empresário Marcelo Odebrecht, dono da maior empreiteira do País, se complicou muito, neste domingo, depois que a Folha de S. Paulo publicou reportagem informando que o manifesto de 104 advogados apontando abusos na Lava Jato foi concebido dentro da própria Odebrecht, pelo advogado Nabor Bulhões, logo depois que o ministro Ricardo Lewandowski, presidente do Supremo Tribunal Federal, negou pedido de habeas corpus (leia maisaqui).
Ao longo do dia, a empreiteira foi duramente criticada, nas redes sociais, não apenas por internautas, mas também por jornalistas e integrantes da força tarefa da Lava Jato. "E o idiota aqui pensando que os 104 subscritores do Manifesto contra os juízes da Lava-Jato estavam defendendo o interesse público. Q nada!", escreveu o colunista Jorge Bastos Moreno, do Globo. "Lamentável q tentem macular a imagem do Judiciário, MP e PF valendo-se do mm artifício q a carta condena: manipulação da opinião pública", reforçou o procurador Deltan Dallagnol.
Nesta semana, Dallagnol sugeriu que Marcelo será condenado a pouco menos de 100 anos de prisão pelo juiz Sergio Moro (leia aqui). O Ministério Público também defendeu que ele permaneça preso em regime fechado. Nos próximos dias, após as alegações finais da empreiteira, o juiz Moro deve anunciar sua sentença e tudo indica que a condenação será pesadíssima.
Preso desde 19 de junho do ano passado, quando foi deflagrada a etapa Erga Omnes, da Lava Jato, Marcelo Odebrecht já ficou mais tempo preso do que concorrentes de empresas como UTC, Mendes Júnior, Queiroz Galvão, Galvão Engenharia e Camargo Corrêa. Preso no mesmo dia, o executivo Otávio Azevedo, da Andrade Gutierrez, pode ter melhor sorte, uma vez que negocia com os procuradores um acordo de delação premiada.
Desde que foi preso, Marcelo Odebrecht rechaçou a possibilidade de um acordo de delação. E, em várias oportunidades, acabou tornando sua situação mais complicada. Foi o que ocorreu, por exemplo, quando redigiu um bilhete para seus advogados, que foi apreeendido pela Polícia Federal. Nele, Marcelo sugeriu que mensagens dos celulares dos seus subordinados fossem apagadas. Agora, ele volta a se complicar com o manifesto dos advogados.
Marcelo, que presidia a maior empreiteira do País, pode estar, agora, num beco sem saída. A menos que seus advogados tenham alguma outra carta na manga. (Do Portal BR 247)
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