Temer considera Cármen Lúcia imprevisível
Ministra deve analisar recurso contra posse de Brasil
Blog de Kennedy
Com a derrota ontem no Tribunal Regional Federal da 2ª Região, confirmando a decisão da primeira instância da Justiça Federal contra a nomeação e a posse de Cristiane Brasil no Ministério do Trabalho, a AGU (Advocacia Geral da União) vai recorrer ao STF (Supremo Tribunal Federal).
Como o Supremo está em recesso, o recurso da AGU, quando apresentado, será apreciado pela presidente da corte, a ministra Cármen Lúcia. Isso preocupa o presidente Michel Temer, que considera imprevisível o comportamento da presidente do Supremo.
O STF tem reinterpretado a Constituição e tomado decisões que avançam sobre as prerrogativas dos outros Poderes. No caso da infeliz escolha de Cristiane Brasil para o Trabalho, as decisões da Justiça Federal em primeira e segunda instância são um exemplo desse ativismo judicial que torna difícil governar o país.
É inacreditável que esse tema precise ser decidido pelo Supremo. A inadequação de Cristiane Brasil para assumir ou não a pasta do Trabalho deveria ser tema da arena política, não jurídica. Mas em pleno século 21, no ano de 2018, isso se torna um dos principais assuntos de um país que está fracionando a dose da vacina da febre amarela para aplicar em 52 municípios paulistas.
A judicialização da política contribui para piorar o Brasil, criando falsas crises e deixando em segundo plano a discussão de problemas reais na economia e na área social.
Nesse contexto, se quiser ficar bem na foto perante a opinião pública, como tem sido a marca da gestão de Cármen Lúcia no Supremo, a presidente da corte poderá chegar a um resultado negativo para o governo. Se houver respeito à autonomia dos Poderes, o governo sairá vencedor _apesar de ser uma vitória de pirro devido ao desgaste da nomeação.
A primeira pequena crise do governo no começo deste ano está nas mãos de Cármen Lúcia.
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