O ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Gilmar Mendes foi hostilizado por passageiros de um voo que partiu de Brasília rumo a Cuiabá (MT) neste sábado (27).
As críticas ao ministro, que também preside o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) até o início de fevereiro, foram registradas em vídeos compartilhados em redes sociais.
"O STF não presta para nada. Tem que fechar aquilo lá", continuaram, referindo-se ao ministro como "vergonha para o país", "vergonha para a família brasileira" e utilizando termos mais chulos como "cagão".
O ministro não reagiu às manifestações. Em um outro vídeo, é possível ver que ele ficou mexendo no celular enquanto era hostilizado.
Um comissário e o comandante precisaram pedir no sistema de som da aeronave que os passageiros desligassem equipamentos eletrônicos e ficassem sentados.
POLÍCIA FEDERAL
Quando o comandante disse que chamaria a Polícia Federal, foi aplaudido. Passageiros gritaram "fora, Gilmar".
"Vira homem, rapaz. Precisa de Polícia Federal? Está fazendo coisa errada?", gritou um manifestante. "Somos cidadãos de bem, ao contrário dos vagabundos que você solta", continuou.
O plantão da PF no aeroporto de Cuiabá disse que não poderia confirmar se a polícia se dirigiu ao avião para escoltar Gilmar Mendes no desembarque porque o livro de ocorrências só poderá ser aberto e informado nesta segunda-feira (29).
Procurado pela Folha, Gilmar Mendes não quis comentar a manifestação contra ele.
A amigos, o ministro disse que a hostilidade aconteceu somente no final do voo e criticou a divulgação das manifestações por órgãos de imprensa.
'FASCISTOIDE'
Segundo relato feito à Folha, Gilmar disse a pessoas próximas que não mudaria em nada sua posição, que o país está vivendo um clima "fascistoide" e que muito disso se deve à imprensa, que teria se tornado "agência" da Procuradoria-Geral da República.
Gilmar Mendes tem sido alvo constante de críticas por causa de decisões tomadas recentemente, como ter concedido prisão domiciliar para a advogada e mulher do ex-governador do Rio Sérgio Cabral, Adriana Ancelmo, e ter mandado soltar o ex-governador do Rio de Janeiro Anthony Garotinho.
No início deste ano, circulou na internet um outro vídeo em que duas brasileiras hostilizam Gilmar ao encontrá-lo passeando por Lisboa, em Portugal.
No ano passado, ele foi vaiado em um seminário sobre reforma política em São Paulo.
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