Carlos Brickmann
Quando ficou claro que a Operação Lava Jato fixava a mira nele e foi determinada sua condução coercitiva para depor, Lula lançou um desafio: estava pronto para a briga. "Se tentaram matar a jararaca, não bateram na cabeça, bateram no rabo. A jararaca tá viva, como sempre esteve".
Com a possibilidade de ser julgado por Sérgio Moro, Lula chorou na entrevista coletiva. O presidente nacional do PT, Rui Falcão, garantiu que o ex-presidente tem o couro duro. A julgar pelo couro duro e pelas lágrimas, a jararaca mal pisada se transformou em crocodilo.
O processo que falta
Roberto Jefferson, presidente nacional do PTB, deu uma entrevista famosa quando Waldomiro Diniz, subchefe da Casa Civil, homem de confiança do ministro José Dirceu, foi filmado ao tomar R$ 3 mil de bicheiros. O caso iniciou as investigações do Mensalão. Jefferson foi duro com Diniz, que se corrompia por tão pouco: chamou-o de "petequeiro".
Mas transformar Lula em "petequeiro", de forma depreciativa, é inaceitável. Seria o caso, então, de levá-lo ao Juizado de Pequenas Causas. Ou de simplesmente processá-lo por dumping.
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