Gabriel Garcia
Direto de Brasília
O ex-presidente Lula definiu como estratégia de defesa atacar o juiz federal Sérgio Moro, em vez de esclarecer as acusações de cometimento de crimes de lavagem de dinheiro e corrupção passiva. Após o magistrado acolher denúncia do Ministério Público Federal, que o acusa de receber R$ 3,7 milhões em benefício próprio – de um valor de R$ 87 milhões de corrupção – da empreiteira OAS, entre 2006 e 2012, Lula tornou-se réu na Operação Lava Jato. Aumentaram os bombardeios ao juiz federal.
Em discurso uníssono, PT, Lula e aliados dispararam a artilharia para desqualificar Moro. “A ideia é tirá-lo da linha”, relata um petista. Aproveitam-se da juventude do magistrado, com 44 anos de idade, para forçá-lo a fazer comentário sobre o processo contra Lula. Caso o experiente profissional, apesar de moço, caia na armadilha montada para fisgá-lo, os petistas entrariam com ação pedindo a suspeição de Moro.
Ontem, Lula foi atingido por outro estilhaço da Lava Jato. Moro determinou à Secretaria da Presidência da República que analise os bens do ex-presidente – apreendidos durante a 24ª fase da Operação Lava Jato – e que estavam guardados no Banco do Brasil. A intenção é verificar se os objetos são do acervo pessoal de Lula ou se há itens que deveriam ter sido incorporados ao patrimônio da Presidência da República.
De acordo com a defesa de Lula, "a decisão é mais um exemplo dos excessos cometidos por Moro em relação a Lula e reforça a sua suspeição para qualquer julgamento envolvendo o ex-presidente". Por enquanto, não encontraram motivo real para considerá-lo suspeito, o que incomoda a defesa do ex-presidente. Moro irrita a classe política, mas coordena a Lava Jato com correção. Depende apenas do juiz federal não morder a isca do PT.
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