Ligações perigosas: O presidente do Senado, Renan Calheiros, tem o lobista Milton Lyra em mais alta conta
Istoé
O lobista Milton Lyra é conhecido nos subterrâneos do poder em Brasília como o operador e homem da mala do presidente do Senado, Renan Calheiros (AL). Em 1º de julho, sua casa e empresas foram reviradas pela Polícia Federal em uma operação de busca e apreensão solicitada pela Procuradoria-Geral da República (PGR). Para os investigadores, há fortes indícios de que Lyra intermediava repasses de propina de empresas a Renan e a outros senadores do PMDB indicados pelo presidente do Senado. A acusação ganhou contornos mais nítidos a partir da delação premiada de um ex-diretor da Hypermarcas, Nelson Mello, que confessou ter feito pagamentos a Renan e aos peemedebistas por meio do lobista. Um total de R$ 26 milhões. Agora, uma nova delação revela que Milton Lyra não só era useiro e vezeiro nessa prática criminosa como costumava diversificá-la. Desta vez a propina saía do contrato para fornecimento de merenda às escolas municipais de Maceió.
A revelação, feita por Genivaldo Marques dos Santos, em depoimento ao qual ISTOÉ teve acesso, coloca Renan no epicentro de mais um escândalo de corrupção. Genivaldo é ex-funcionário do grupo SP Alimentação, pivô do escândalo da máfia da merenda no Estado de São Paulo, que estourou em 2010. Em sua delação ele revelou os meandros de sistemáticos pagamentos de propina a diversas prefeituras no País. Um dos capítulos mais robustos envolve a prefeitura de Maceió, à época comandada por Cícero Almeida, ex-prefeito, hoje aliado de Renan e de seu filho Renanzinho, governador do Estado. Segundo o delator, os repasses saíam do superfaturamento na merenda. “A propina paga a Milton Lyra e outros era de 15% (quinze por cento) sobre o valor pago pela Prefeitura de Maceió à SP Alimentação”, afirmou em depoimento. “O dinheiro (papel moeda) era entregue quinzenalmente no município de São Paulo, na sede da SP Alimentação, a Milton Lyra”, acrescentou.
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