Carlos Chagas
Em jornalismo, prevalece uma regra fundamental: não adianta brigar com a notícia. Se as eleições fossem hoje, como ontem, o Lula seria eleito outra vez presidente da República. Confundir desejos e opiniões com a realidade parece próprio dos radicais e dos patetas. Uns tentarão impedir a candidatura do primeiro companheiro, outros aguardarão a posse para aderir.
Claro que daqui até o primeiro domingo de outubro de 2018 tudo pode acontecer. Há quem acredite no Judiciário para tornar inelegível o ex-presidente, inclusive com a decretação de sua prisão. Como também os que imaginam mudança nas tendências do eleitorado. Tudo será tentado, mesmo intensa e milionária campanha publicitária. Para alguns, só mudando as regras do jogo se evitaria o resultado.
Hoje, porém, o Lula subiria novamente a rampa do Planalto. As pesquisas não deixam ninguém mentir, apesar de escondidas pelos encarregados de promovê-las, com a intenção de satisfazer seus interesses.
A explicação é simples. Apesar de estar em marcha um governo empenhado em implantar postulados favoráveis aos desejos das elites, contrários às necessidades da maioria da população, na hora das decisões prevalecerá a opinião das massas. Afinal, em 120 milhões de eleitores, a maioria discorda da supressão de direitos e prerrogativas do trabalhador.
Aqui, não se emitem juízos de valor. Apenas, constata-se a evidência da natureza das coisas. O PT pode ter feito horrores no exercício do poder. Os treze anos de governos do partido, inclusive oito do próprio Lula, deixaram o país em frangalhos. Mesmo assim, serão as massas a decidir a eleição. Pelas pesquisas, votarão no Lula. Impedir esse resultado, só através de um golpe, de resto inviável.
Sendo assim, importa aguardar que os fatos se desenrolem. Poderão mudar, é claro, mas vale repetir que a previsão, hoje, é da eleição do Lula.
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