A delação da Odebrecht deixa Brasília sem dormir e expõe as artimanhas de governo e Congresso para reduzir os efeitos punitivos da Lava Jato
ÉPOCA – Bruno Boghossian e Alana Rizzo
Rodrigo Janot subiu ao 3º andar do Palácio do Planalto no fim da tarde da última quarta-feira (15) para apresentar um ultimato ao presidente Michel Temer.
O procurador-geral da República avisou que as autoridades da Suíça ameaçavam abandonar um acordo de cooperação para investigar os casos de corrupção na Operação Lava Jato, travado há mais de um ano, porque o governo brasileiro não se entendia sobre quem deveria comandar a força-tarefa internacional no país.
Janot avisou que ou Temer garantia a liderança da equipe para o Ministério Público – tirando poderes do Ministério da Justiça e da Polícia Federal – ou o acordo seria rompido.
E recairia sobre o governo Temer a mancha de criar um obstáculo à Lava Jato. Em poucos minutos, o presidente cedeu.
Mandou elaborar um memorando de entendimentos a ser assinado pelas autoridades brasileiras e suíças que estabelece que as chamadas Equipes Conjuntas de Investigação serão comandadas apenas pela Procuradoria-Geral da República (PGR) em todos os casos que tramitarem em Tribunais Superiores no Brasil.
A Polícia Federal só vai participar quando os processos e inquéritos estiverem em Cortes de primeira e segunda instâncias.
Temer ajudou Janot a vencer uma batalha contra a PF, atender a um pleito corporativo e acumular poder às vésperas de deixar o cargo.
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