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Reformismo na gestão Temer não chega à ética


Josias de Souza
Engolfado por uma onda de impopularidade, Michel Temer tornou-se um presidente à procura de uma marca. Desde que assumiu a Presidência no lugar de Dilma Rousseff, Temer afirma que não está preocupado com a popularidade. Mas os apologistas e conselheiros do presidente o convenceram de que o seu governo precisa de um símbolo. E decidiram grudar em Temer a marca do presidente “reformista”, o gestor capaz de aprovar as reformas que ajudarão a tirar a economia do buraco. Temer comprou a ideia. E começou a se vender em público como presidente das reformas. Foi o que ele fez hoje, em discurso para representantes do agronegócio, em São Paulo.
O movimento é parte de uma estratégia que será aprofundada nas próximas semanas. Em março, o PMDB martelará a imagem desse Michel Temer reformista na propaganda partidária que levará ao ar em rede nacional de rádio e televisão. O partido venderá a tese segundo a qual as reformas de Temer —as já aprovadas e as que estão por vir— melhoram o ambiente de negócios e começam a surtir efeitos.
O diabo é que o reformismo de Michel Temer está escorado numa fórmula vencida. Para aprovar suas reformas no Congresso, Temer compôs um governo loteado e convencional. Toda a podridão que consumiu o governo Dilma, incluindo o PMDB de Temer, deslizou suavemente para dentro do novo governo velho. Temer mantém a cabeça nas reformas e os pés na lama. Falta ao reformismo do presidente uma noção qualquer de ética. Se a Lava Jato serviu para mostrar alguma coisa foi que até o pragmatismo político precisa ter limites.
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