Folha de S.Paulo - Ítalo Nogueira
O ex-secretário estadual de Saúde do Rio Sérgio Côrtes, preso desde abril, já devolveu à Justiça Federal cerca de US$ 4,3 milhões obtidos como propina depositados em contas no exterior. Segundo a Folhaapurou, os recursos estavam num banco nas Bahamas, tendo passado antes pela Suíça. A negociação, que envolveu a defesa do ex-secretário, o juiz Marcelo Bretas e a Procuradoria, não faz parte de uma delação premiada.
Foi classificada, segundo relatos à reportagem, como uma espécie de "confissão qualificada", na qual o réu barganha a redução de pena em troca de facilitar a devolução do dinheiro ilegal, além de indicar como foi obtido.
O valor é bem menor do que a estimativa do Ministério Público Federal de R$ 300 milhões desviados da Saúde por ele e outros acusados.
Ele já confessou à Procuradoria parte dos crimes que lhe são atribuídos. Mas afirma que poucos fatos relatados nas duas denúncias contra ele são reais.
Côrtes foi preso na Operação Fatura Exposta, que investigou o esquema de corrupção na Secretaria de Saúde. Ele é acusado de, junto com os empresários Miguel Iskin e Gustavo Estellita, embutir nos preços de equipamentos médicos importados adquiridos pelo Estado impostos de até 40% que órgãos públicos não são obrigados a pagar. Dessa forma, o valor das taxas saíam dos cofres públicos para os fornecedores para, depois, serem repassados aos integrantes da quadrilha.
Segundo o Ministério Público Federal, Côrtes levou para o Estado um esquema que já havia implementado no Into (Instituto de Traumatologia e Ortopedia), onde havia sido diretor. A manobra é descrita por investigadores como um "esquema dentro do esquema". Isso porque, segundo o Ministério Público, Sérgio Cabral cobrava 5% sobre os contratos, e não há notícia de que ele soubesse desse outro procedimento. O ex-governador nega ter exigido propina de fornecedores.
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