Andrei Meireles – Blog Os Divergentes
O poder é tão inebriante que, mesmo os vacinados, costumam tropeçar em suas armadilhas. Essa magia é tão forte que os precedentes históricos, em seus mais variados fracassos, só valem como exemplo para os outros.
Quem se sente no topo acha que sempre terá uma saída para qualquer encrenca em que se meta.
Assim se sentem quase todos os envolvidos nesse tsunami de escândalos puxado pela Lava Jato.
Mais do que a esperança na corda da impunidade que sempre os resgatou, impressiona a ilusão de que nada mudou na percepção da escalada da corrupção “democrática” desde a matriz no governo José Sarney.
Na ditadura militar, mesmo com a evidência das roubalheiras, era mais difícil dimensionar. O usufruto era também de outros. Até porque, no mercado de então, os políticos valiam menos que militares, tecnocratas, lobistas…
Nem podiam, por exemplo, ciscar no Orçamento da União, berço de tantos escândalos posteriores.
O novo é um fato que até ficou velho.
Nessa sexta-feira (25), Rodrigo Janot denunciou José Sarney e outros tantos por corrupção. Menos que a companhia, Renan Calheiros e Edison Lobão, Sarney no banco dos réus seria um bom indicador de que a eterna impunidade dos poderosos no Brasil em algum momento pode acabar.
O problema é, como disse Lula, Sarney não é um cidadão comum. Com outras palavras, Gilmar Mendes disse o mesmo, no plenário do STF, ao repreender Rodrigo Janot por ousar investigar Sarney.
Esse é mais um bom teste para definir os limites da Justiça frente a tanta denúncia de corrupção.
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