O Globo
A Polícia Federal (PF) deflagrou, na manhã de hoje, a 45ª fase da Lava-Jato, chamada Operação Abate 2. Na mira está o advogado Tiago Cedraz, filho do ministro do Tribunal de Contas da União (TCU), Aroldo Cedraz, e o ex-deputado federal Sérgio Tourinho Dantas. Os dois foram sócios do escritório Cedraz & Tourinho Dantas - a sociedade foi desfeita e eles mantêm escritórios separados.
Tiago Cedraz é alvo de mandados de busca e apreensão e também foi intimado a depor na Polícia Federal. Os mandados de busca e apreensão são cumpridos nas cidades de Salvador (BA), Brasília e Cotia, na Grande São Paulo.
Segundo as investigações foram identificados "novos interlocutores" que ajudaram a beneficiar a empresa americana Sargeant Marine, fornecedora de asfalto para a Petrobras. Eles seriam dois advogados que teriam ajudado o esquema e teriam recebido comissões em contas na Suíça.
Atualmente, Tiago Cedraz é um dos donos do Cedraz Advogados, que fica no Lago Sul, em Brasília. Sérgio Tourinho Dantas é sócio do Brandão & Tourinho Dantas, que teria dois escritórios, um em Brasília e outro em Salvador.
O advogado Tiago Cedraz foi citado pela primeira vez na Lava-Jato pelo empresário e delator Ricardo Pessoa, da ex-presidente da UTC Engenharia. Ele afirmou em depoimento à Lava-Jato que obtia informações privilegiadas no TCU sobre seus contratos com a Petrobras, tendo o advogado como intermediário.
O empresário entregou à Procuradoria-Geral da República (PGR) tabela com anotações de pagamentos de R$ 2,2 milhões ao filho do então presidente da Corte, Tiago Cedraz. Parte dos valores teria sido paga em espécie. No fim do ano passado, a Polícia Federal pediu a quebra dos sigilos bancário e fiscal de Aroldo Cedraz, por suspeita de corrupção e tráfico de influência.
A PF descobriu ainda vários telefonemas do escritório de Tiago Cedraz para o gabinete de outro ministro do TCU, Raimundo Carreiro, mas o ministro argumentou isso não significava que as ligações eram dirigidas a ele ou que praticou alguma irregularidade.
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