Pular para o conteúdo principal

Votação da meta fiscal: oposição derrota governo

Após 11 horas de sessão, governo não consegue concluir votação da meta
Folha de S.Paulo – Talita Fernandes
Depois de mais de 11 horas de sessão, a oposição conseguiu imprimir uma derrota ao governo do presidente Michel Temer e o Congresso não concluiu a votação da meta fiscal para 2017 e 2018.
Com isso, no projeto orçamentário para 2018, que será enviado nesta quinta ao Congresso, devem constar valores desatualizados para o deficit nas contas públicas.
A peça vai prever um rombo de R$ 139 bilhões para 2017 e de R$ 129 bilhões para 2018. No início do mês, a equipe econômica elevou a previsão de deficit para R$ 159 bilhões nos dois anos.
Embora o texto-base tenha sido aprovado no início da madrugada, deputados e senadores não concluíram a votação dos cinco destaques (mudanças no texto) apresentados pela oposição. Ainda está pendente a análise de duas dessas emendas ao projeto. As votações devem ser retomadas na próxima terça-feira (5).
A sessão foi interrompida às 3h37 por ausência de quorum. Era necessária a presença de pelo menos 257 deputados na Casa para concluir as votações. Contudo, apenas 219 estavam na sessão neste horário.
O presidente do Congresso, Eunício Oliveira (PMDB-CE), esperou mais de 50 minutos pela chegada dos deputados, mas decidiu encerrar os trabalhos.
Eunício tentou minimizar a derrota do governo e afirmou que "a meta já está aprovada". Apesar de o texto base ter sido aprovado, a revisão só terá validade quando todas as emendas forem apreciadas.
"Estou com a consciência de dever cumprido. Não estou aqui nem para defender o governo e nem para tirar o direito da oposição ", disse Eunício.
O líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), também tentou minimizar a derrota ."O Orçamento será apresentado amanhã (quinta) dentro das regras vigentes", afirmou, acrescentando que a previsão de deficit será ajustada posteriormente, após o Congresso concluir as votações.
"Não foi uma derrota. Foi uma derrota para o cansaço porque alguns deputados, 38 deputados, não conseguiram chegar. Faz parte do jogo, foi uma obstrução legítima. Não podemos tirar o mérito da oposição, mas não é nada que crie qualquer problema para o governo", disse Jucá.
A votação da meta ocorreu em meio a dificuldades do governo em garantir quorum necessário para votações. Em determinado momento da noite, assessores e líderes parlamentares chegaram a buscar senadores e deputados em suas residências para manter o funcionamento do Congresso.
Já a oposição apostou na obstrução e chegou a pedir mais de uma vez a verificação de presença dos parlamentares. Além disso, os cinco destaques apresentados ao projeto são de autoria de deputados e senadores contrários a Temer.
O Palácio do Planalto tinha como objetivo aprovar a proposta orçamentária até está quinta. A data era importante para que o governo conseguisse usar o valor atualizado no projeto de lei orçamentária de 2018.
No caso da meta de 2017, a ampliação do deficit é considerada necessária pelo governo para liberar recursos e manter a máquina pública funcionando.
TEMER NA CHINA
A derrota ao governo ocorre em meio à viagem de Temer a China, onde participa de uma reunião de cúpula dos Brics.
Fragilizado diante de acusações de corrupção, o presidente vem tentando fazer avançar a aprovação de projetos na área econômica para manter uma agenda positiva.
É esperado para os próximos dias o envio de uma nova denúncia contra Temer ao STF (Supremo Tribunal Federal) como novo desdobramento das delações do grupo JBS e do corretor de valores Lúcio Bolonha Funaro. 
http://www.blogdomagno.com.br/?pagina=2

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Mapa das facções em presídios brasileiros

'Fi-lo porque qui-lo': aprenda gramática com frase histórica de Jânio Quadros

FI-LO PORQUE QUI-LO                       Vamos lembrar um pouco de história, política e gramática?                     O ex-presidente Jânio Quadros gostava de usar palavras difíceis, construções eruditas, para manter sua imagem de pessoa culta. Diz o folclore político que, ao ser indagado sobre os motivos de sua renúncia, em 1961, teria dito: "Fi-lo porque qui-lo".                     Traduzindo para uma linguagem mais acessível, mais moderna, ele quis dizer "fiz isso porque quis isso", ou, simplificando, "fiz porque quis".                     Esse "LO" nada mais é que o pronome oblíquo "O", que ga...

Vimos ou viemos à reunião?

Nós VIMOS ou VIEMOS à reunião? Muita gente tem dúvida na hora de flexionar o verbo VIR. Quer um exemplo: Como você diria: “Nós VIMOS ou nós VIEMOS à reunião?” A resposta é: depende. Sim, depende do tempo a que nos referimos. A forma VIMOS é do presente do indicativo. Por exemplo:  “VIMOS, por meio desta, solicitar..." (o verbo VIR está na 1ª pessoa do plural, no presente do indicativo); A forma VIEMOS é do pretérito, do passado. Exemplo: "Ontem nós VIEMOS à reunião." (o verbo VIR está também na 1ª pessoa do plural, mas desta vez no pretérito perfeito do indicativo). Muita gente evita usar o presente, porque a forma VIMOS é, também, o passado do verbo VER: "Nós o vimos ontem, quando saía do escritório".  Para não ter dúvidas sobre qual é o verbo que está sendo usado (o VIR ou o VER), ponha o verbo no singular. Veja: “VENHO, por meio desta, solicitar...” (essa é a 1ª pessoa do singular, em vez de VIMOS, 1ª do plural); “Eu o VI ontem, quando saía do escritório” (e...