Pedido da defesa do petista foi o mais rápido a chegar ao TRF
Keneddy Alencar
A tramitação recorde do recurso do ex-presidente Lula na segunda instância reforça a argumentação da defesa do petista de que ele sofre perseguição do Poder Judiciário.
Segundo reportagem da “Folha de S.Paulo”, o recurso de Lula teve tramitação recorde no âmbito da Lava Jato. Foi o que chegou mais rápido ao TRF (Tribunal Regional Federal) da 4ª Região, com sede em Porto Alegre. Demorou 42 dias desde a sentença do juiz federal Sérgio Moro sobre o processo do apartamento no Guarujá.
Essa tramitação veloz é uma evidência de parcialidade na análise do caso de Lula na comparação com outros processos da Lava Jato. É ruim para a imagem do Judiciário e também da operação.
Em julho, o presidente do TRF de Porto Alegre, Carlos Eduardo Thompson Flores, afirmou que o tribunal julgaria o recurso de Lula antes da eleição presidencial de 2018. Ora, não cabe a Thompson Flores, que não faz parte da turma do TRF que analisará o recurso de Lula, estipular um tempo. Isso pode ser entendido como forma de pressão, na pior hipótese, ou bravata, numa interpretação mais benévola.
A tramitação recorde do recurso, no entanto, reforça a versão de pressão, o que é negativo para o Judiciário e o ambiente político no Brasil.
Lula representa uma parcela importante do eleitorado. Tem direito a um julgamento imparcial. Tudo o que fugir à normalidade na análise desse recurso reforçará a narrativa de perseguição política e jurídica para tirar Lula do páreo eleitoral em 2018.
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