Blog do Valdo Cruz
Em jantar com empresários e jornalistas, o presidente Michel Temer revelou que a reforma da Previdência pode ser promulgada de forma fatiada, avaliou que as chances de aprovação subiram e que, se isso ocorrer, o crescimento da economia poderá dar um “salto enorme” no ano que vem.
Temer e sua equipe avaliaram que as chances de aprovação da reforma da Previdência aumentaram depois da reorganização de sua base aliada.
Numa escala de 0 a 10, o ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha – presente ao encontro –, calculou que, atualmente, estaria em 8. Na avaliação de Temer, a reforma tem condições de ser aprovada em dezembro na Câmara. No Senado, apenas no próximo ano.
Ele confia que os senadores possam aprovar o texto como sairá da Câmara. Mas, se for modificado, o presidente afirmou que uma estratégia inaugurada por ele quando presidia a Câmara dos Deputados pode ser ressuscitada.
Promulgar os pontos consensuais entre as duas casas e devolver para a Câmara apenas os trechos alterados. Ou seja, fazer uma promulgação de forma fatiada.
Por exemplo, da fixação da idade mínima de aposentadoria de 65 anos para homens e 62 para mulheres, ponto que o governo acredita ter um consenso maior no Congresso.
"Assim evitaríamos aquele pingue-pongue de uma Casa ficar mandando de volta o texto para a outra. Se o Senado concordar com uma parte da reforma, promulga-se esse trecho e o outro volta para a Câmara”, afirmou o presidente da República durante jantar desta segunda-feira (20) organizado pelo jornalista Fernando Rodrigues, do site Poder 360.
Economia de R$ 468 bilhões
Temer disse que o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, o informou que a nova versão da reforma proporcionará uma economia de R$ 468 bilhões em dez anos. A versão original, segundo ele, previa uma redução de gastos previdenciários de R$ 760 bilhões.
"Mas é muito melhor do que nada, não é mesmo?", destacou o presidente, confiante que, depois das mudanças em sua equipe ministerial, a reforma da Previdência voltou a ter condições de ser aprovada.
Economia pode crescer mais de 3% em 2018
Michel Temer, ainda na linha de destacar a importância da reforma da Previdência, disse que, aprovada na Câmara, mesmo antes de terminada no Senado, fará a economia brasileira "dar um salto enorme" no ano que vem. Ele chega a prever que, em 2018, o país poderia crescer entre "3% e 3,5%". "Analistas mais otimistas falam nessa possibilidade para mim", enfatizou.
Sobre esse ano, o presidente também foi mais otimista do que as previsões de sua própria equipe econômica, que chega a prever um crescimento de 0,7%.
"Ouço que pode ser algo entre 0,8% e 0,9%", falou, citando conversas com economistas que têm mantido nos últimos dias, como o ex-ministro Delfim Netto.
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